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TAP: Relação entre Finanças e Infraestruturas foi “muito intensa”
O antigo secretário de Estado do Tesouro garante que não havia qualquer “sinal" de que a TAP não podia contactar as Finanças e de que a única porta de entrada seria através das Infraestruturas, como Hugo Mendes tinha dito a Christine Ourmières-Widener.
O ex-secretário de Estado do Tesouro, Miguel Cruz, assegurou que não teve conhecimento da mensagem transmitida a Christine Ourmières-Widener pelo antigo secretário de Estado das Infraestruturas Hugo Mendes sobre a única porta de entrada para o Governo ser o Ministério das Infraestruturas. E garante que não havia nenhum sinal nesse sentido.
Questionado pelo deputado do PSD, Paulo Moniz, sobre a mensagem de Hugo Mendes para a antiga CEO da TAP, Miguel Cruz diz que só teve conhecimento da mesma na comissão parlamentar de inquérito (CPI) à TAP.
Miguel Cruz, ouvido esta terça-feira na CPI, preferiu não tecer comentários específicos sobre o email, mas aproveitou para esclarecer que "durante quase dois anos - de junho 2020 a 31 dezembro 2021, período de preparação e discussão do plano de reestruturação da TAP - tivemos, Finanças e Infraestruturas, e particularmente eu e Hugo Mendes, uma relação muito intensa". Uma declaração que contraria o que tem vindo a ser dito sobre a relação entre os dois ministérios ser reduzida.
Voltando ao tema do email enviado por Hugo Mendes a Christine Ourmières-Widener, o antigo secretário de Estado de João Leão - de junho de 2020 a março de 2022 - garantiu que "não havia um único sinal de que a TAP tinha um impedimento em contactar as Finanças".
Sobre a saída de Alexandra Reis, o responsável, que atualmente lidera as Infraestruturas de Portugal, referiu que não tinha conhecimento de qualquer mal-estar ou clima de tensão com Christine Ourmières-Widener. Porém, admitiu que eram ambas "muito opinativas", e que, por vezes, as "posições sobrepunham-se". Recorde-se que a antiga CEO da TAP defendeu a saída de Alexandra Reis com "divergências irreconciliáveis".
Já Alexandra Reis, quando foi ouvida na CPI, disse que tinha enviado uma mensagem a Miguel Cruz a informar sobre a sua saída e que o mesmo tinha ficado surpreendido. Uma informação que o ex-secretário de Estado confirmou esta terça-feira. "Com certeza que me manifestei surpreendido com a sua saída. Devo dizer que, na minha opinião, não era a melhor oportunidade para se ter mais uma saída do conselho de administração", acrescentou, lembrando que na altura tinham saído outros dois membros, nomeadamente João Weber Gameiro e José Maria Silva Rodrigues.