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TAP regista prejuízo de 71,9 milhões no primeiro trimestre

Depois de ter fechado 2023 com um lucro recorde de 177,3 milhões, a TAP viu o resultado líquido cair mais de 25% nos primeiros três meses do ano, em termos homólogos.

Com a queda do Executivo de António Costa o processo da privatização da TAP ficou parado. Objetivo passava por alienar pelo menos 51%.
Miguel Baltazar
O resultado líquido da TAP nos primeiros três meses do ano afundou 25,2%, em comparação com o mesmo período de 2023, com a transportadora a aprofundar as perdas: entre janeiro e março registou 71,9 milhões de prejuízo. Um resultado que seguiu a tendência das companhias aéreas europeias, como a Air France-KLm e a Lufthansa, e que já tinha sido antecipado pelos especialistas ouvidos pelo Negócios. A IAG, dona da Iberia, foi a única das grandes companhias europeias a melhorar os resultados, apesar de ter registado 4 milhões de prejuizos.

A TAP fechou o ano de 2023 com o mais alto lucro de sempre registado pela empresa, mas no primeiro trimestre fechou no vermelho, depois de no último trimestre de 2023 também ter registado prejuízos. De acordo com um comunicado enviado esta manhã às redações, o prejuízo de 57,4 milhões registado no primeiro trimestre do ano passado agravou-se em 14,5 milhões este ano.

Apesar de a transportadora ter registado um aumento de 3,1% nos rendimentos operacionais, para 861,9 milhões, e um EBITA recorrente de 83,7 milhões, viu os gastos subirem ainda mais: 7,8% para 919 milhões.

A empresa diz que esta variação resulta "principalmente do aumento dos custos com o pessoal (+70,5 milhões de euros ou 56,9%) devido aos novos acordos de empresa", ainda que tenha sido "contrabalançado pela redução do custo com combustível (-23,6 milhões de euros ou 8,5%) devido a um preço mais baixo do jet fuel".

Na apresentação das contas, a empresa sublinha que o aumento dos custos com pessoal foi impactado por custos extraordinários decorrentes de um acordo alcançado com os representantes dos pilotos e adicionalmente pela existência de reduções de remunerações em vigor em 2023, reduções essas eliminadas com a entrada em vigor dos novos acordos de empresa na segunda metade de 2023.

"No primeiro trimestre de 2024 continuámos o processo de transformação estrutural que a TAP exigia. O investimento nas nossas pessoas, incluindo o fim dos cortes salariais, correções da elevada inflação e os novos acordos de empresa, têm um impacto imediato no resultado, mas os benefícios continuarão a materializar-se ao longo do tempo", diz Luís Rodrigues, presidente executivo da TAP, no comunicado.

No primeiro trimestre do ano, a TAP transportou mais 0,6% de passageiros, mas operou menos 2% dos voos. "Comparando com os níveis pré-crise de 2019, o número de passageiros atingiu 104%, superando os mesmos, enquanto os voos operados atingiram 90%", pode ler-se no comunicado.

"Tivemos a capacidade de aumentar a oferta, transportar mais passageiros e melhorar as taxas de ocupação quando comparado com o primeiro trimestre de 2023, o que se traduziu em aumento da receita, enorme redução de irregularidades, melhoria da pontualidade e regularidade numa infraestrutura aeroportuária altamente congestionada. Isto traduziu-se igualmente num salto no NPS (Índice de Satisfação do Cliente) de 12 para 24", sublinha Luís Rodrigues.

Tal como as congéneres europeias, a TAP também está confiante com a operação no verão, "
com as reservas em linha com 2023, apesar do aumento de capacidade, confirmando uma procura resiliente".

"Igualmente em 2024, o investimento na modernização da frota irá continuar, com o phase-in de três novas aeronaves A320 NEO, confirmando o compromisso da TAP numa frota mais sustentável e eficiente", detalha a companhia aérea de bandeira.

(Notícia atualizada com os resultados da IAG)
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