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TAP projeta aumentar capacidade nos próximos três meses
A companhia aérea, que em fevereiro realizou apenas um terço do número de voos de janeiro, assume projeções mais otimistas para o segundo trimestre deste ano, acreditando no cenário da IATA que prevê para junho a recuperação de 63% do tráfego global.
O presidente executivo da TAP, Ramiro Sequeira, afirmou numa mensagem enviada esta quarta-feira aos trabalhadores, a que o Negócios teve acesso, que para o segundo trimestre as projeções para a sua operação "são um pouco mais otimistas", prevendo que "a percentagem da capacidade ( ASK – available seat kilometer ) suspensa, face a igual período de 2019, venha a diminuir, gradualmente, com valores de: menos 61% em abril, menos 58% em maio e menos 45% para junho".
Na mensagem que acompanha a 6.ª edição da "factsheet" operacional, o responsável salienta que "a TAP projeta, para os próximos meses, uma capacidade em linha com o cenário moderado da IATA e que, em consequência, a 10 de março "ajustámos a nossa oferta de capacidade em menos 10% face à operação publicada em janeiro para o primeiro trimestre deste ano, em virtude do impacto das restrições em mercados como Angola, Brasil e Reino Unido, resultando numa variação de menos 83% face ao primeiro trimestre de 2019".
Como recorda, "no curto prazo e no cenário moderado, a projeção da IATA no que respeita à procura agregada nos mercados onde a TAP opera (África, Europa, América do Norte e do Sul) para junho de 2021 prevê uma recuperação de 63% do tráfego global e 55% do tráfego internacional, comprovando a retoma lenta estimada, particularmente no tráfego internacional".
Ramiro Sequeira avisa, contudo, que estas projeções "contam com a evolução positiva da pandemia, expansão da vacinação e levantamento de algumas restrições à mobilidade das pessoas, como já se verificou com Angola e Reino Unido" e que "este cenário pode-se alterar rapidamente em virtude da evolução das restrições e imposições à mobilidade das pessoas".
O CEO da TAP aponta ainda na mesma mensagem aos trabalhadores que em fevereiro acentuou-se a tendência decrescente no que respeita a número de voos e capacidade ( ASK), comparando com o mesmo mês de 2020, ou seja, pré-pandemia, com a TAP a reduzir em 89% o número de voos e em 92% a capacidade, devido ao agravamento das medidas restritivas.
"Esta tendência decrescente é também visível na evolução do número de voos, ao longo dos últimos meses. Pelo quarto mês consecutivo o número de voos tem descido, com fevereiro a verificar uma queda mais acentuada, tendo-se realizado apenas 1.077 voos, um terço do número de voos de janeiro", diz Ramiro Sequeira, lembrando que se tratam de "números muito distantes dos mais de 10.000 voos/mês operados em janeiro e fevereiro de 2019 e 2020".
A taxa de ocupação média global da TAP, entre outubro e dezembro de 2020, é de 52%, 26 pontos percentuais abaixo da taxa média global de 2019, refere ainda.
A TAP tem estado a negociar com Bruxelas o seu plano de reestruturação, que acredita que seja aprovado entre abril e maio.
Esta quarta-feira termina o prazo para os trabalhadores aderirem a medidas voluntárias, como pré-reformas, reformas antecipadas, rescisões por mútuo acordo e trabalho a tempo parcial, que permitirão mitigar as saídas de trabalhadores.