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TAP e Iberia alertam para impacto dos custos com combustível sustentável
As companhias aéreas alertam que é preciso aumentar a produção de SAF para baixar o atual custo, superior em quatro vezes face ao combustível normal. Administrador da TAP reitera que independentemente da privatização, o trabalho em curso é para tornar a empresa rentável.
Com as novas regras da União Europeia, n próximo ano as companhias aéreas vão ser obrigadas a introduzir até 2% de combustível sustentável (SAF na sigla em Inglês), uma percentagem que vai aumentar gradualmente até 2050.. Face à produção residual deste tipo de combustível, a TAP e a Iberia alertam para impacto do aumento dos custos, mas asseguram que estão comprometidas em cumprir as novas imposições.
"O tema da sustentabilidade está em cima da mesa e é muito importante para nós", começou por referir Mário Cruz, administrador executivo da TAP n congresso da APAVT que está a decorrer em Huelva, Espanha. "Queremos ser uma empresa rentável e queremos faze-lo com consciência ambiental", acrescentou.
Lembrando o compromisso que assumir, no seguimento das regras europeias, o gestor lembrou que o "custo deste combustível é quatro vezes maior do que o normal, e isso obviamente vai gerar um custo para as empresas", apontou. Como irá ser resolvido? "Vamos ver, ainda não definimos a melhor forma", disse, sublinhando que se "trata de uma responsabilidade de todos".
A Lufthansa, por exemplo, já avisou que vai aumentar os preços dos bilhetes devido ao aumento de custos das novas regras que estipulam a incorporação de SAF de 6% até 2030, um número que sobre para 20% a partir de 2035 e atinge os 70% a partir de 2050.
Recentemente, o CEO da TAP, Luís Rodrigues já tinha alertado que estão numa corrida contra o tempo, principalmente tendo em conta que não há quantidade de SAF suficiente no mercado para atingir metas europeias.
No congresso que está a decorrer em Espanha, António Linares, diretor de operações da Iberia para Portugal e Espanha, aproveitou para destacar que é importante aumentar a produção de SAF para baixar o atual preço. E, não tem dúvidas, que esta situação por vir a ser uma "oportunidade para Espanha".
No que toca à privatização da TAP, Mário Cruz comentou apenas que o posicionamento da atual gestão "é trabalhar para a TAP ser uma empresa rentável", independentemente da venda.
Já do lado da Iberia, que pertence à IAG, uma das interessadas na corrida pela TAP, remeteu para a posição oficial do grupo, destacando que a compra tem de ser encarada "como um meio e não um fim" para criar sinergias para ambas as empresas.
Além da IAG, a Air France-KLM e a Lufthansa também já mostraram interesse na privatização da TAP.