Notícia
TAP decide não atribuir prémios a colaboradores este ano
A comissão executiva da companhia aérea enquadra a decisão de não pagar remunerações variáveis este ano a quadros de direção nas medidas de corte de custos para fazer face ao impacto que o coronavírus está a ter nas reservas.
A comissão executiva da TAP decidiu, no âmbito das medidas de contenção de custos que está a implementar devido à queda das reservas provocada pelo coronavírus, não atribuir este ano remunerações variáveis aos seus quadros dirigentes.
O Negócios sabe que a companhia aérea entendeu travar o programa de atribuição de remunerações variáveis que tem previsto para cargos de liderança, que envolvem cerca de 200 colaboradores. A atribuição desses prémios representaria um encargo na ordem dos 2 milhões de euros para o grupo.
A decisão, segundo fonte próxima do processo, enquadra-se nas medidas que a TAP decidiu tomar para compensar o impacto da crise provocada pelo coronavírius, que ditou já o cancelamento de 3.500 voos até ao final de maio e levou a empresa a abrir um programa de licenças sem vencimento.
O pagamento de prémios a trabalhadores este ano estava a motivar mais um diferendo entre a companhia aérea e o Governo.
Em fevereiro, no Parlamento, o ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, disse ter comunicado à gestão executiva da TAP e ao seu CEO Antonoaldo Neves que o Estado não iria permitir a atribuição de prémios, que o acionista privado David Neeleman tinha dito que a companhia iria manter.
"Atribuir num ano como este é faltar ao respeito à esmagadora maioria dos trabalhadores da TAP e ao povo português", afirmou o governante, salientando que "é inaceitável para nós". "É falta de respeito com os trabalhadores da TAP que uma empresa que dá mais de 100 milhões de prejuízos dê prémios a uma minoria de trabalhadores", frisou então Pedro Nuno Santos.
O grupo TAP anunciou em fevereiro que teve prejuízos de 105,6 milhões de euros em 2019, abaixo dos prejuízos de 118 milhões registados em 2018.