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TAP: BE quer toda a informação sobre prémios de gestão, rescisões e salários da empresa
A Comissão Parlamentar de Inquérito à TAP deu esta quarta-feira o pontapé de saída com a tomada de posse dos 17 deputados que vão integrar o grupo de trabalhos.
No final da primeira reunião de mesa e coordenadores da comissão parlamentar de inquérito à tutela política da gestão da TAP, a deputada do BE Mariana Mortágua reforçou, em declarações aos jornalistas, a importância desta iniciativa proposta pelos bloquistas, adiantando quais os primeiros documentos que o partido quer que sejam pedidos.
Para Mariana Mortágua é também importante "escrutinar outras decisões da gestão, nomeadamente contratos de consultoria", incluindo o que escolheu a que fará a "atual privatização da TAP, uma empresa norte-americana que já tinha trabalhado com a CEO da TAP no passado".
O BE quer ainda aceder a "todos os documentos que dizem respeito à escolha da frota automóvel da TAP" e tudo o que "diga respeito à decisão de David Neeleman de trocar a frota de aeronaves e de utilizar esses recursos para pagar a própria TAP no momento da sua privatização em 2015".
"Esta notícia chegou já depois de ser constituída a comissão de inquérito e que pode ter lesado os interesses da TAP e por isso queremos conhecer as suas consequências, queremos perceber o que se passou e se a tutela tinha ou não tinha conhecimento não só do negócio da venda e da troca das aeronaves, mas também que este dinheiro tenha sido utilizado para pagar a própria capitalização da TAP e portanto para pagar a privatização da TAP", justificou Mariana Mortágua.
À CEO da TAP o partido quer pedir, entre outros, "toda a documentação e comunicações relativas à negociação da saída de Alexandra Reis, independentemente do interlocutor, data ou formato".
Já da TAP o BE quer ter acesso, entre outros, à cópia do Plano de Reestruturação, todos os contratos de consultoria celebrados desde 2021 e documentos relativos ao processo de seleção e todas as comunicações com todas as tutelas políticas, incluindo o Ministério das Finanças (incluindo DGTF) e o Ministério das Infraestruturas e Habitação desde 2021.
Os contratos de trabalho, acordos celebrados (incluindo de rescisão) e termos de negociação com todos os administradores da TAP desde 2015 e os pareceres jurídicos relativos também fazem parte dos pedidos do BE.
Os bloquistas pretendem também que a companhia aérea envie ao parlamento a lista discriminada de todos os prémios pagos a trabalhadores e administradores desde 2015 e toda a comunicação e documentação trocada com a sociedade SRS Advogados relativamente a contratos, acordos, prémios e rescisões de administradores.
Sobre a encomenda dos Airbus A350 e compra de aeronaves NEO o partido quer conhecer todas as comunicações com as tutelas políticas, bem como a documentação relativa.
A Comissão Parlamentar de Inquérito à TAP deu esta quarta-feira o pontapé de saída com a tomada de posse dos 17 deputados que vão integrar o grupo de trabalhos, como o Negócios tinha noticiado. Esta será a segunda vez que a companhia aérea será alvo de um inquérito parlamentar.
Nos próximos três meses, os deputados querem avaliar sete pontos concretos do exercício da tutela política da gestão da companhia aérea, em particular no período entre 2020 e 2022, sob controlo público. O prazo estipulado para a comissão (90 dias) é de metade do máximo previsto no regime jurídico dos inquéritos parlamentares.