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Porto é o único aeroporto português no top 20 de novas rotas na Europa

Das 1.429 novas rotas lançadas em 2023 que tiveram como origem ou destino a Europa, apenas 63 passaram por Portugal. Não há nenhuma companhia portuguesa no “ranking” liderado pela Ryanair, Wizz Air e Easyjet. E o único aeroporto luso da lista é o do Porto.

O aeroporto Francisco Sá Carneiro, no Porto, é a única infraestrutura aeroportuária portuguesa no “ranking” das novas rotas lançadas no ano passado.
O aeroporto Francisco Sá Carneiro, no Porto, é a única infraestrutura aeroportuária portuguesa no “ranking” das novas rotas lançadas no ano passado. D.R.
25 de Janeiro de 2024 às 17:57
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No ano passado, foram lançadas 1.429 novas rotas que tiveram como origem ou destino um aeroporto do continente europeu. Destas, apenas 63 foram de ou para Portugal, de acordo com um estudo da Air Service One, empresa especializada na análise de dados sobre aviação comercial.

Este valor, que representa menos de 5% do total, coloca Portugal a meio de uma tabela liderada por Itália (com 319 novas rotas). Seguem-se Espanha (233) e Reino Unido (231). França (221) e Alemanha (191) encerram o top 5.

Para Pedro Castro, especialista do setor, esta posição é uma “consequência direta da política pública setorial levada a cabo pelo país na última década”, o que se tem refletido no “fraco desenvolvimento aeroportuário nacional”. “À falta de investimento nas infraestruturas que temos, junta-se ainda a falta de uma política que incentive adequadamente o desenvolvimento de novas rotas”, explicou ao Negócios o diretor da consultora SkyExpert.

No “ranking” de aeroportos com mais rotas novas, Antalya (Turquia) e Londres (Gatwick) lideram com 47 cada, seguindo-se Roma (Fiumicino), com 46 novas ligações. O único aeroporto português do top 20 é o do Porto, com 28 novas rotas a assinalar em 2023. Porquê? Esta tendência acompanha o próprio mercado, segundo Pedro Castro. “Tendo a escolha, os passageiros querem viajar diretamente e sem escalas – isso vale para Lisboa, Porto, Madeira, Algarve ou Açores. Achar que “via Lisboa é que é” reflete um pensamento e uma prática da aviação do século passado”, apontou.

Além disso, “contrariamente à ideia que é veiculada por algumas entidades, o constrangimento autoinfligido e patrocinado pelo próprio Estado do aeroporto de Lisboa não tem como consequência desviar os aviões para Madrid. Uma das consequências é que justamente as companhias aéreas começam a olhar para os restantes aeroportos nacionais, observam os fluxos e potencial de tráfego com mais detalhe e, nessa linha de pensamento, apostam no Porto como uma alternativa viável”, referiu.

O analista sublinha ainda que a cidade do Porto e toda a região envolvente “tornaram-se um destino por si” e “com um aeroporto mais disponível e operacionalmente fiável”.

Porém, sublinha que o aeroporto Francisco Sá Carneiro praticamente não tem passageiros em trânsito para outros destinos (através de um “hub”). “Os 15 milhões de passageiros são dali ou vão para ali. Se aos 32 milhões de Lisboa descontarmos os cerca de 28% de passageiros que apenas trocam de avião e que o poderiam fazer em qualquer lado, percebemos que a diferença de potencial entre os dois aeroportos é menor do que aparenta e que as companhias encontram no Porto uma agradável surpresa para a sua expansão em Portugal”, referiu.

Liderança da Ryanair

De acordo com o mesmo estudo, foram 161 as companhias aéreas que abriram novas rotas – sobretudo no mês de Junho, à entrada da época alta do setor – conectando um total de 449 aeroportos espalhados por 98 países em todo o mundo.

O pódio das empresas que somaram mais novas rotas é ocupado por “low cost”, nomeadamente a Ryanair (222), a húngara Wizz Air (106) e a EasyJet (90). A espanhola Volotea e a alemã Eurowings, da Lufthansa, concluem o top 5 com 75 e 62 novas rotas, respetivamente. Olhando para esta lista, Pedro Castro deixa o alerta: “A Ryanair já executou um plano de redução da sua presença em Portugal, a EasyJet abrandou o ritmo de crescimento e a Wizz Air e Volotea são praticamente inexistentes no nosso país”.

Nenhuma companhia aérea portuguesa figura no top 16 das companhias que lançaram novas rotas. No acaso da TAP, recorde-se que, no âmbito do plano de restruturação, foi obrigada a ceder “slots” [faixas horárias] e aviões. A SATA é a outra companhia aérea comercial portuguesa.

 

319
Mercados
Itália foi o país que somou mais novas rotas (319), seguindo-se a vizinha Espanha (233) e o Reino Unido (com 231 novas ligações).

 

 

161
Companhias aéreas
Em 2023, foram 161 as companhias que abriram novas rotas – a maioria em junho –, conectando 449 aeroportos em 98 países.

 

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