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Os "idiotas" da Lion Air queriam simular o 737 Max antes de voar, mas a Boeing não deixou

A transportadora aérea da Indonésia propôs experimentar o avião fabricado pela Boeing, em 2017, mas o pedido foi rejeitado pela sua fabricante. No ano seguinte, morreram mais de 300 pessoas a bordo do modelo 737 Max, em dois desastres.

Reuters
14 de Janeiro de 2020 às 12:28
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A Lion Air, transportadora aérea da Indonésia, considerou treinar os seus pilotos num simulador para testar o modelo de aviões 737 Max antes de os fazer voar. Mas a Boeing, a sua fabricante, disse que não era necessário e em mensagem privadas classificou os responsáveis da companhia áerea da Indonésia de "idiotas", de acordo com a Bloomberg. 

O modelo, que está impedido de levantar voo desde março de 2019, protagonizou dois desastres no ano seguinte, em 2018, que causaram a morte de 346 pessoas no espaço de cinco meses. O primeiro da Lion Air, que provocou 189 mortos e o segundo da Ethiopian Airlines que causou a morte de 157 pessoas.

Os desastres foram atribuídos, em parte, aos treinos inadequados e escassos por parte dos pilotos e à falta de familiaridade da tripulação com um novo recurso de controlo de voo do Max que não funcionou bem.

Estas revelações surgem numa altura em que a Boeing divulgou uma série de mensagens sobre o desenvolvimento do 737 Max, em que se ouvem dois funcionários da empresa dizer que este modelo tinha sido "projetado por palhaços" e "supervisionados por macacos".

A nova leva de mensagens divulgadas pela Administração Federal de Aviação mostra um outro funcionário da Boeing a dizer que "
a maldita Lion Air pode precisar de um simulador para pilotar o MAX. Talvez por causa da sua estupidez. Estou a tentar dar a volta. Idiotas!"

A Bloomberg diz que ter feito o treino no simulador poderia ter ajudado os pilotos a perceberem melhor como funcionava o novo controlo do 737 Max. O relatório sobre o acidente de 2018 mostrou que a Boeing falhou em informar os pilotos sobre o novo recurso que controlava o voo, chamado MCAS.

O relatório também mostrou deficiências na capacidade da tripulação em acionar os mecanismos de emergência, pilotar o avião manualmente e comunicar emergência à base de controlo.

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