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OGMA investe 74 milhões de euros e cria 300 empregos com novo centro de manutenção de motores

Contrato com a fabricante de motores de avião Pratt & Whitney vai triplicar o volume de negócios da OGMA para perto de 600 milhões de euros anuais.

Sérgio Lemos
12 de Novembro de 2020 às 16:10
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A OGMA - Indústria Aeronáutica de Portugal assinou um contrato com a Pratt & Whitney e vai ser o novo centro de manutenção de motores de aeronaves desta unidade da Raytheon Technologies.

 

A empresa portuguesa, detida em 65% pela Embraer e em 35% pelo Estrado português através da idD Portugal Defence, vai investir 74 milhões de euros e alargar o seu âmbito de atuação com a entrada na área de manutenção, reparação e revisão da Pratt & Whitney em Portugal.

 

Segundo a OGMA, o projeto, desenvolvido com o suporte da Embraer ao longo dos últimos 12 meses, permite-lhe "iniciar a manutenção de motores GTF (geared turbofan), usados pela nova geração de aeronaves comerciais, nomeadamente a família Airbus A320neo, Airbus A220 e Embraer E190-E2 e E195-E2".

 

O contrato com a Pratt & Whitney, um dos maiores fabricantes mundiais de motores de aeronaves, foi formalizado recentemente e, segundo adianta, o projeto de industrialização e capacitação tem início agendado para 2021, estando previsto ser desenvolvido nas próximas duas décadas.

 

Ao longo do projeto, que terá maior incidência entre 2022 e 2023, prevê-se a criação de cerca de 300 postos de trabalho diretos altamente qualificados, refere a empresa aeronáutica.

 

O investimento de 74 milhões de euros será maioritariamente realizado nos quatro primeiros anos do projeto e, segundo a OGMA, vai permitir-lhe "alargar o seu âmbito de atuação na área de manutenção de motores e captar novos negócios ao longo das próximas décadas", o que lhe permitirá triplicar o volume de negócios para cerca de 600 milhões de euros anuais. 

 

Citado no comunicado, Alexandre Solis, CEO da OGMA, considera que "este é um marco histórico". "Ao merecermos a confiança da Pratt & Whitney, estamos a dar provas da competência e experiência das nossas equipas, mas estamos também a dar condições para a OGMA continuar com uma operação duradoura nas próximas décadas. Estamos motivados e cheios de vontade de começar esta parceria com a Pratt & Whitney", acrescentou.

 

Segundo explica ainda a empresa, os motores GTF da Pratt & Whitney "constituem uma nova geração de motores turbofan de alto bypass, que começaram a operar em 2016, permitindo operações com redução de até 16% no consumo de combustível, até 75% nas emissões de ruído e entre 50 a 75% das emissões de CO2 e NOx (óxido de nitrogénio) em comparação com a geração anterior de motores".

 

Em agosto, em entrevista ao Negócios, o ministro da Defesa, João Gomes Cravinho, disse esperar fazer este ano um anúncio muito significativo sobre um acordo de fornecimento grande com a OGMA.

 

Na altura, considerou que esse negócio internacional permitira à empresa portuguesa "dar um salto qualitativo muito grande este ano", ainda que "com um deslize de dois, três meses, devido à pandemia". 

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