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"Não sei se o aeroporto tem estacionamento para todos os aviões" do fundo Airbus
Pedro Nuno Santos, ex-ministro das Infraestruturas, teceu várias críticas aos chamados fundos Airbus. Alertou para os prejuízos de mais de 440 milhões de euros que a renegociação com a Airbus pode ter causado, mas também para o impacto a nível operacional.
O antigo ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, deixou alertas para os impactos que a renegociação da compra de aviões com a Airbus, na gestão de David Neeleman, pode gerar à TAP. Além dos prejuízos financeiros estimados em 440 milhões de euros, o negócio também pode causar transtornos ao nível operacional.
"Ainda há vinte e tal [aviões] por receber, não sei se o aeroporto Humberto Delgado tem estacionamento para todos os aviões se eles vierem", referiu o responsável durante a sua audição na Comissão de Economia, Obras Públicas, Planeamento e Habitação, por requerimento do PSD.
Mais tarde, durante a sua audição, voltou a falar no aeroporto da Portela, que "está a rebentar pelas costuras".
Pedro Nuno Santos apresentou demissão no final do ano passado, após a polémica indemnização de 500 mil euros a Alexandra Reis e foi substituído, a 4 de janeiro deste ano, por João Galamba. Mas já antes tinha estado envolvido numa polémica relacionada com o aeroporto. Em causa esteve o despacho aprovado pelo ministério das Infraestruturs, assinado pelo seu antigo secretário de Estado, Hugo Mendes, que previa a construção de um aeroporto na base aérea do Montijo até 2026 e outro no Campo de Tiro de Alcochete, para entrar em funcionamento em 2035. O diploma publicado em Diário da República foi depois revogado por António por a solução não ter sido "negociada e consensualizada com a oposição", nomeadamente o PSD.
No final do ano passado, Pedro Nuno Santos enviou a auditoria realizada pela administração da TAP à compra de aviões durante a gestão de David Neeleman para o Ministério Público (MP). Em causa estão suspeitas de a companhia ter pago mais pelos aviões do que os concorrentes e de que o dinheiro ganho com esta operação terá sido usado por Neeleman para entrar no capital da companhia aérea.
Na altura, a TAP desistiu do contrato para o leasing de 12 aeronaves A350 que tinha com a Airbus e celebrou um novo contrato com a mesma empresa para a compra de 53 novos aviões.
Estas audições têm lugar fora do âmbito da comissão parlamentar de inquérito (CPI) à tutela política da gestão da TAP, proposta pelo Bloco de Esquerda (BE).
(Notícia atualizada às 14h02)