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Manuel Beja : Seria “bastante improvável” que pedido de mudança de voo viesse de Marcelo
O chairman da TAP estava alinhado com Christine Ourmières-Widener e garantiu que do ponto de vista da transportadora aérea tal pedido “não seria atendível se tivesse impacto nos clientes”.
O presidente do conselho de administração da TAP, Manuel Beja, defende que "seria bastante improvável" que o polémico pedido de alteração de um voo de Marcelo Rebelo de Sousa "viesse da Presidência da República". Durante a audição na comissão de inquérito à TAP, o responsável sublinhou ainda que, do ponto de vista da transportadora aérea, tal pedido "não seria atendível se tivesse impacto nos clientes".
O responsável apontou ainda que, neste assunto, estava alinhado com a CEO da empresa, Christine Ourmières-Widener. "A operação da TAP em primeiro lugar. Eu e a CEO estivemos sempre alinhados nessa matéria", reforçou.
Sobre este tema, Manuel Beja referiu ainda que quem tratava das questões relacionadas com alterações dos voos era a sua assistente pessoal. E disse não ter memória de ter falado com o Governo sobre o tema.
Na semana passada, a Presidência da República garantiu que o Chefe de Estado nunca pediu à TAP qualquer alteração do voo de regresso de Moçambique e que, a haver algum pedido, "terá sido por iniciativa da agência de viagens".
A resposta de Belém surgiu depois de a CEO da TAP, Christine Ourmières-Widener, ter sido confrontada na comissão parlamentar de inquérito com um email enviado pelo secretário de Estado das Infraestruturas, Hugo Mendes, onde este apelava à gestora que se fizesse uma alteração do voo de regresso da comitiva presidencial de Moçambique, pondo em causa os voos dos restantes passageiros.
"Não podemos correr o risco de perder o apoio do Presidente... se o seu humor muda, está tudo perdido. Uma frase sua contra a TAP e o resto do país fica contra nós. É o nosso maior aliado, mas pode tornar-se no nosso maior pesadelo", escreveu o governante numa mensagem de correio eletrónico enviada à CEO da companhia aérea e que foi divulgada pela Iniciativa Liberal durante a audição de Christine Ourmières-Widener. Esta troca de mensagens ocorreu a 10 de fevereiro do ano passado.