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Madeira critica atuação “disparatada e separatista” da TAP

O Parlamento regional quer que o Governo faça um ultimato à transportadora para rever os preços dos bilhetes de avião, pedindo a Costa que pressione a administração como no caso dos prémios pagos em ano de prejuízos.

Miguel Baltazar/Negócios
08 de Julho de 2019 às 10:51
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A Assembleia Legislativa da Madeira quer que o Governo liderado por António Costa convoque uma reunião urgente com o conselho de administração da TAP para que "seja corrigida a abusiva política comercial" da companhia aérea em relação a esta região autónoma, acusando-a de praticar preços muito acima da concorrência.

 

A chamada Linha da Madeira, que faz as ligações ao território continental, acumulou nos últimos quatro anos um resultado positivo superior a 21 milhões de euros, "à custa da indigna exploração comercial da TAP, através de tarifas manifestamente exageradas e desproporcionais, acima de 400 ou 500 euros, abusando da sua posição dominante".

 

Ora, exigindo a ação do Executivo de Lisboa para "pôr termo a esta situação disparatada, discriminatória, abusiva e separatista", os deputados madeirenses querem que o Estado, enquanto maior acionista, avance com um ultimato de 30 dias à administração para adotar uma política comercial "justa e honesta". Se isso não acontecer, deve destituir os órgãos sociais da transportadora.

 

Numa resolução publicada em Diário da República esta segunda-feira, 8 de julho, o Parlamento regional lamenta que a "extorsão" promovida pela TAP nestas rotas não mereça do Governo socialista a mesma atenção e indignação que gerou o pagamento de prémios de 1,17 milhões de euros a 180 pessoas (incluindo os de 110 mil euros atribuídos a dois quadros superiores), apesar de em 2018 a empresa ter registado um prejuízo de 118 milhões de euros.

 

"Pelos vistos, os assuntos de remunerações e gestão de recursos humanos justificam de imediato a retirada de confiança e reuniões urgentes, mas o atropelo aos direitos básicos de cidadania e a extorsão através da prática de tarifas especulativas por parte da TAP merece o silêncio cúmplice e a anuência vergonhosa por parte do acionista maioritário, o Estado português", criticam os deputados neste documento.

 

Na semana passada, numa audição parlamentar, o ministro da Economia, Siza Vieira, sublinhou que o prejuízo da TAP no último exercício "não teve a ver com quebra de receitas ou de passageiros", contrapondo antes que as perdas da transportadora portuguesa estão relacionadas com a subida dos preços dos combustíveis e com os atrasos nos voos. "Temos que continuar a trabalhar para aumentar a capacidade de resposta do aeroporto [de Lisboa], independentemente do novo projeto [do Montijo]", concluiu.

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