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Lufthansa quer "reanimar" a "criança problemática" do grupo até 2026

O CEO da Lufthansa quer que a companhia aérea volte a ser o carro-vassoura do grupo alemão. Para tal, vão apostar no crescimento de rotas internacionais, nomeadamente na América Latina e África.

A Lufthansa agravou as perdas para 734 milhões de euros.
Kai Pfaffenbach/Reuters
01 de Outubro de 2024 às 11:08
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Apesar dos problemas que tem enfrentado nos últimos tempos, a Lufthansa não baixa os braços e estabeleceu como novo objetivo voltar a colocar  a companhia área 'core' do grupo na rota do crescimento até 2026. A garantia foi dada pelo presidente executivo do empresa alemã, que está interessada na privatização da TAP. 

Descrevendo a companhia aérea Lufthansa como a "criança problemática" do grupo, o responsável sublinhou num encontro com jornalistas que reverter a situação é uma obrigação para o sucesso da empresa em geral. "É um objetivo claro que a companhia aérea Lufthansa seja mais uma vez nosso carro-vassoura no seu 100.º aniversário em 2026", apontou Carsten Spohr, citado pela Reuters.

Além da Lufthansa, o grupo também tem no seu portfólio outras companhias aéreas como a Austrian Airlines, a Swiss e a Eurowings. 

O comentário do CEO do grupo surge numa altura em que os investidores têm demonstrado alguma preocupação com os resultados do terceiro trimestre, com divulgação prevista para 29 de outubro, com as ações a caírem 10% nos últimos seis meses.

A Lufthansa tem registado prejuízos nos últimos trimestres devido ao aumento dos custos salariais e à pressão nos preços dos bilhetes, associados ao cenário de recuperação difícil do mercado de aviação.

Além disso, o atraso na entrega de novos aviões pela Boeing não está a ajudar, estando mesmo a agravar os problemas atuais, confessou o responsável, acrescentando que a Lufthansa foi atingida de forma "desproporcional". "Fomos apanhados exatamente na hora errada, justamente da modernização da frota", lamentou Carsten Spohr.

A Lufthansa está ainda aguardar a chegada de 41 novos aviões Boeing, encomendados já há alguns anos. Uma situação que forçou a companhia aérea a continuar a usar o modelo mais antigo da Airbus, prejudicando sua capacidade de expandir serviços em rotas lucrativas e aumentar a eficiência à medida que os aviões mais novos usam menos combustível de aviação.

"Estamos a voar com 23 aeronaves que não queríamos mais operar", referiu. O atraso da entrega de aviões por parte da Boeing tem penalizado outras companhias aéreas, como a Rynair. 

A rota do crescimento

Uma forma de "reanimar" a  Lufthansa passa por investir num maior crescimento internacional, adiantou o CEO do grupo - um plano que inclui a sua participação na transportadora italiana ITA Airways. A compra da TAP não terá sido mencionada no mesmo encontro. 

A Lufthansa tem-se debatido com a forte concorrência nas suas rotas transatlânticas e asiáticas, tendo mesmo cancelado recentemente os seus voos de Frankfurt para Pequim, à medida que as transportadoras chinesas aumentam a sua capacidade. Além disso, as companhias aéreas estrangeiras têm sido dissuadidas pela fraca procura de viagens chinesas, pelo aumento dos custos e pelos tempos de voo prolongados, uma vez que evitam o espaço aéreo russo devido ao conflito na Ucrânia.

No mesmo encontro com jornalistas, que decorreu na segunda-feira ao final do dia, Lufthansa disse que espera expandir-se para novas regiões,  incluindo a América Latina e África, onde poderá ter mais vantagens. Uma aposta que poderá já ter em vista a entrada no capital da TAP tendo em conta as rotas estratégias que a companhia aérea portuguesa tem para estes mercados.









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