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Foi Mendonça Mendes que disse para contactar o SIS, diz Galamba

Foi o secretário de Estado Adjunto do primeiro-ministro que indicou que o Ministério das Infraestruturas deveria contactar o SIS, diz João Galamba. Que relata que na noite do caos no ministério falou ainda com os ministros da Justiça mas também da Administração Interna. E que depois da 1 da manhã ligou ao primeiro-ministro e contou o que aconteceu.

Miguel A. Lopes / Lusa
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O ministro das Infraestruturas afirma que foi o secretário de Estado Adjunto do primeiro-ministro, António Mendonça Mendes, que lhe disse para contactar o Serviço de Informações de Segurança (SIS) a propósito do que Galamba descreve como um "roubo" do computador pelo seu ex-adjunto.

Ao longo da audição, João Galamba disse que foi a sua chefe de gabinete que contactou o SIS e não explicou exatamente quando é que ambos trocaram essa informação. Em linha, aliás, com o que tinha sido dito na véspera por Eugénia Correia.

Depois de em abril ter dado a entender que o recurso ao SIS foi articulado com o primeiro-ministro e com a ministra da Justiça, e da ministra da Justiça ter negado isso mesmo, o ministro das Infraestruturas também hesitou sobre a troca de informação sobre o recurso ao SIS.

Horas depois numa audição que já dura sete horas, o deputado da Iniciativa Liberal Bernardo Blanco insistiu: "Quem é que lhe disse para contactar o SIS?" "O gabinete do primeiro-ministro", respondeu João Galamba. "O secretário de Estado Adjunto Mendonça Mendes", concretizou.

Questionado sobre a ordem dos telefonemas aos diversos membros do Governo, João Galamba acabou por descrever os telefonemas que fez a 26 de abril, pela seguinte ordem: Frederico Pinheiro (pelas 20h40 para o exonerar), chefe de gabinete (21h03), dois telefonemas ao ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro (e um SMS), de novo chefe de gabinete (21h30), secretário de Estado Adjunto do primeiro-ministro (21h52), e finalmente a ministra da Justiça, Catarina Sarmento e Castro (22h53).

Quanto ao primeiro-ministro (que, segundo revelou em abril, não o atendeu), disse: "Tentei ligar e não atendeu. Não tenho aqui [o registo]. Julgo que [o tentei contactar] antes de ligar ao secretário de Estado [adjunto] do primeiro-ministro".

Noutra intervenção, Galamba acrescentou que pela 1h ou 2h da madrugada ligou ao primeiro-ministro e contou o sucedido.

O ministro das Infraestruturas defendeu, ao longo da audição, que se encontrava "tranquilo" nessa noite. Galamba diz que não ameaçou fisciamente o ex-adjunto, acrescentando que foi antes ameaçado.

Oposição fala em crononologias "paralelas"

Ao longo da noite, João Galamba tem sido confrontado com contradições. Para Pedro Filipe Soares, do Bloco de Esquerda, as contradições existem entre os depoimentos do ministro e da sua chefe de gabinete e a cronologia que o Ministério divulgou sobre as alegadas agressões; pelo facto de ter sido "dada prioridade ao SIS" quando havia elementos da PSP no terreno ou aos motivos para a exoneração do adjunto, com o deputado a referir que Galamba começou por justificar a exoneração com o facto de Frederico Pinheiro ter alegadamente escondido a existência de notas e de estar agora a justificá-la com outros factos, acusando por exemplo o adjunto de tirar fotocópias suspeitas durante a madrugada.

Notícia atualizada às 23h36 com mais informação

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