Notícia
Empresas do Cartel del Fuego espanhol também operam em Portugal
De acordo com o Expresso, em Portugal o esquema passava por avançar para os concursos de combate a incêndios apenas com uma empresa, que depois arrendava os aviões a uma concorrente, e assim partilhavam os ganhos.
15 de Julho de 2022 às 08:54
As empresas de combate aéreo a incêndios que em Espanha foram implicadas no chamado Cartel del Fuego, acusadas de manipularem mercado e preços, e de corromperem políticos com ofertas de carros, estadas em hotéis, relógios, joias ou armas, estão a replicar o mesmo tipo de comportamento em Portugal, avança esta sexta-feira o jornal Expresso.
No país vizinho, o Cartel del Fuego conheceu a acusação do Tribunal da Audiencia Nacional de Madrid há um mês, com 32 suspeitos levados a julgamento por manipulação do mercado. O comunicado oficial da Audiencia Nacional referia que os crimes "não só se desenvolveram em Espanha, mas também noutros países", como Itália e Portugal.
Em Portugal, o caso remonta a 2020 e ao concurso lançado pela Força Aérea Portuguesa no valor de 43,4 milhões de euros para o aluguer de quatro aviões anfíbios de combate aos fogos, no qual participaram duas empresas portuguesas detidas por empresários espanhóis -- a Agro-Montiar e a CCB Serviços Aéreo --, ambas envolvidos na alegada rede espanhola.
De acordo com a investigação do Expresso, a empresa que venceu o concurso, a Agro-Montiar, acabou por alugar dois dos aviões com que presta o serviço à Martínez Ridao, uma companhia de aviação espanhola, dona da empresa que ficou em segundo lugar — a CCB Serviços Aéreos.
Este era o modo de operação do Cartel del Fuego em Espanha, que muitas vezes utilizava uma frota de aeronaves parcialmente comum. Em Portugal, o esquema passava exatamente por avançar para os concursos apenas com uma empresa, que depois arrendava os aviões a uma concorrente, e assim partilhavam os ganhos.
Ao jornal, a Força Aérea, através do gabinete do chefe do Estado-Maior, admitiu ter conhecimento de que o Cartel del Fuego "foi investigado em Portugal, mas como o Ministério Público arquivou essa investigação, diz que está confiante e acredita que as autoridades competentes avaliaram devidamente as ramificações empresariais mencionadas".
No país vizinho, o Cartel del Fuego conheceu a acusação do Tribunal da Audiencia Nacional de Madrid há um mês, com 32 suspeitos levados a julgamento por manipulação do mercado. O comunicado oficial da Audiencia Nacional referia que os crimes "não só se desenvolveram em Espanha, mas também noutros países", como Itália e Portugal.
De acordo com a investigação do Expresso, a empresa que venceu o concurso, a Agro-Montiar, acabou por alugar dois dos aviões com que presta o serviço à Martínez Ridao, uma companhia de aviação espanhola, dona da empresa que ficou em segundo lugar — a CCB Serviços Aéreos.
Este era o modo de operação do Cartel del Fuego em Espanha, que muitas vezes utilizava uma frota de aeronaves parcialmente comum. Em Portugal, o esquema passava exatamente por avançar para os concursos apenas com uma empresa, que depois arrendava os aviões a uma concorrente, e assim partilhavam os ganhos.
Ao jornal, a Força Aérea, através do gabinete do chefe do Estado-Maior, admitiu ter conhecimento de que o Cartel del Fuego "foi investigado em Portugal, mas como o Ministério Público arquivou essa investigação, diz que está confiante e acredita que as autoridades competentes avaliaram devidamente as ramificações empresariais mencionadas".