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Emirates abandona gestão da angolana TAAG e ameaça cortar voos para Luanda
A transportadora aérea Emirates anunciou esta segunda-feira o "fim imediato" do contrato de concessão para gestão da companhia de bandeira angolana TAAG e pode mesmo vir a deixar de voar para Luanda, avisa o seu presidente.
Esta redução é temporária e pode mesmo vir a trazduir-se num cancelamento dos voos efectuados pela Emirates entre Luanda e o Dubai, caso o Governo angolano não dessbloquei o repatriamento de capitais que a companhia exige.
Neste quadro, o líder da Emirates pede "humildamente" ao titular da pasta dos Transportes de Angola "que intervenha urgentemente junto do Banco Nacional de Angola" para libertar esses fundos "e proteger os futuros serviços da Emirates a Angola".
"Esta questão tem-se mantido sem solução, apesar de inúmeros pedidos feitos às autoridades competentes e garantias de que medidas seriam tomadas", refere a companhia.
"Com efeito imediato, a Emirates põe fim à sua cooperação com a TAAG - Linhas Aéreas de Angola - ao abrigo de um contrato de concessão de gestão em curso desde Setembro de 2014", acrescenta a empresa, com sede nos Emirados Árabes Unidos.
Timothy Clark, na referida carta, argumenta que a questão de o repatriamento de capitais faz com que não seja possível "manter a parceria estratégica" que tinha com o a TAGG, pelo que a mesma termina com "efeito imediato". O presidente da Emirates salienta que a companhia desenvolveu os seus "melhores esforços" para ajudar o Governo angolano a alcançar os seus "objectivos estratégicos no sector da aviação".
A gestão da TAAG esteve a cargo, desde Setembro de 2015, do inglês Peter Murray, no âmbito do contratato assinado entre a Emirates e o Governo angolano que transferia para a companhia árabe a gestão que os árabes da Emirates da companhia de bandeira de Angola.
Angola vive desde 2014 uma crise financeira e económica decorrente da quebra nas receitas com a exportação de petróleo, também com efeitos cambiais, com várias operadoras aéreas a queixarem-se da dificuldade em repatriar dividendos das vendas em Angola, por falta de divisas.