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Comissão Europeia aprova empréstimo da Alemanha à Air Berlin
Bruxelas considera que a solução encontrada para a Air Berlin protege os interesses dos passageiros. Ao mesmo tempo, foi garantido que a companhia aérea cessará as operações, depois de garantir a venda dos seus activos.
"A Comissão Europeia aprovou, no âmbito das regras de ajuda do Estado da União Europeia, os planos da Alemanha para assegurar um empréstimo-ponte temporário de 150 milhões de euros à Air Berlin", revela Bruxelas através de um comunicado emitido esta segunda-feira, 4 de Setembro.
"A medida vai permitir uma liquidação ordenada da companhia aérea insolvente Air Berlin, sem distorcer indevidamente a concorrência no mercado único", acrescenta a mesma fonte.
"A Comissão considera que a medida vai ajudar a proteger os interesses dos passageiros aéreos e a manter os serviços aéreos. Ao mesmo tempo, as condições restritas associadas ao empréstimo, a sua curta duração e o facto de se esperar que a Air Berlin cesse as operações no final do processo, vão reduzir ao mínimo a potencial distorção da concorrência espoletada pela ajuda do Estado. Desta forma, a Comissão conclui que a medida é compatível com as regras de ajuda de Estado da UE", pode ler-se ainda no comunicado.
Este empréstimo-ponte será garantido pelo banco de fomento alemão, o KfW, de forma a garantir que a Air Berlin mantém as suas operações enquanto negoceia a venda de activos.
Insolvência pedida em Agosto
A companhia aérea alemã Air Berlin anunciou no dia 15 de Agosto um pedido de insolvência por falta de apoio financeiro do seu maior accionista - a Etihad Airways.
A Air Berlin estava em reestruturação desde Setembro do ano passado, que passou pela concentração da empresa em rotas dentro da Alemanha, para as maiores cidades europeias e mais destinos de longo curso, reduzindo o número de rotas em mais de dois terços - de 387 para menos de 100.
Além disso, a companhia reduziu a frota para 75 aviões, tendo transferido 35 aeronaves para a Lufthansa (Eurowings) no âmbito de um acordo de leasing. Em Março foram realocados 35 aparelhos para a Niki, estando dependente de aprovação do regulador a criação de uma parceria entre Air Berlin, Niki e TUI.
No final de 2016, a empresa anunciou a venda de 49,8% na austríaca Niki à Etihad, o que representaria uma injecção de 300 milhões de euros na companhia alemã. A Etihad, com 29,21% da empresa, é o maior dos seus mais de 33.000 accionistas.
O exercício de 2016 encerrou com prejuízos de 781,9 milhões de euros, tendo arrancado 2017 com um resultado líquido negativo de 293,3 milhões, abaixo dos 464,9 milhões de prejuízos no trimestre anterior.
No ano passado, a Air Berlin transportou 29,9 milhões de passageiros para 135 destinos em todo o mundo.