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CEO da TAP alerta que incerteza sobre aeroporto vai “refletir-se no preço” da venda

Luís Rodrigues considera ser “praticamente impensável” ter uma empresa de aviação num mercado global “condicionada por um acionista”. Por isso, pede: “privatize-se”. Mas deixa o alerta que a incerteza em torno do novo aeroporto de Lisboa vai reflectir-se no preço.

Luís Rodrigues, CEO da TAP
Lusa
02 de Dezembro de 2023 às 13:40
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O presidente executivo da TAP não tem dúvidas que a melhor solução para a companhia aérea é ser privatizada. “Pragmaticamente, é impensável ter uma empresa de aviação a atuar num mercado global condicionada por um acionista. A forma mais óbvia, e historicamente comprovada, é privatizá-la”, disse Luís Rodrigues este sábado no congresso da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT), que decorreu no Porto.

Numa das raras intervenções públicas, o responsável da TAP garantiu ainda que, apesar da incerteza política que vai levar ao atraso da privatização, o interesse das gigantes europeias continua aceso, tendo revelado que “ainda ontem” tinha falado com um dos interessados. A Air France-KLM, IAG e Lufthansa já manifestaram interesse em entrar na corrida.

Caso a  TAP não seja privatizada, Luís Rodrigues pede uma excepção para ficar "livre de entraves administrativos", dando como exemplo a obrigação de pedir visto prévio ao Tribunal de Contas para despesas acima de 5 milhões de euros, incluindo para compra de combustível, apontou. 

"Atualmentem é impensável ter uma companhia de aviação  a ser condicionada por um acionista", neste caso o Estado. A forma mais célere para resolver este problema é avançar com a privatização, referiu, preferindo não fazer comentárias sobre a percentagem que deveria ser alienada. 

Questionado pelo presidente da APAVT, Pedro Costa Ferreira, sobre os constrangimentos que a atual situação de congestionamento do aeroporto de Lisboa pode ter na eventual venda da empresa, Luís Rodrigues admitiu que esta situação, aliada à incerteza em torno da decisão da nova infraestrutura aeroportuária, “são condicionadoras” e isso vai “reflectir-se no preço”. “Qualquer operador que queira comprar vai dizer que se existir uma nova infraestrutura o valor é um, caso não exista será outro [valor]".

Com a queda do Governo, a decisão da privatização da TAP vai passar para o próximo Executivo que for eleito depois de 10 de março de 2024. Tal como a decisão sobre o novo aeroporto de Lisboa.

Na próxima semana, a Comissão Técnica Independente vai apresentar as conclusões da terceira fase da análise às opções para a futura localização da infraestrutura aeroportuária, que ficará em consulta pública durante um mês. Os prazos iniciais apontavam para uma decisão por parte do Governo no início do próximo ano, o que já não irá acontecer.
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