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CEO da ANA: “Pontualidade das companhias tem sido a grande dificuldade” em Lisboa
Thierry Ligonnière responsabiliza os atrasos das companhias pelas dificuldades no aeroporto de Lisboa nos meses de Verão, explicando que estes dificilmente são recuperáveis nas horas seguintes.
O presidente executivo da ANA – Aeroportos de Portugal, Thierry Ligonnière, explicou esta quarta-feira no Parlamento que a dificuldade que o aeroporto de Lisboa tem registado "tem muito a ver com os atrasos" das companhias aéreas.
Como acrescentou, "relativamente à infra-estrutura só há duas circunstâncias em que pode criar atrasos: é quando está a ser usada perto do limite da sua capacidade e quando parte da infra-estrutura se torna indisponível".
"A tentação é grande para alguns dos stakeholders falarem do aeroporto para que as responsabilidades não sejam tão evidentes", apontou, garantindo que do lado do aeroporto "temos 99,9% de disponibilidade de equipamentos".
Para Thierry Ligonnière, a regularidade e pontualidade das companhias "tem sido a grande dificuldade durante os meses de Verão", salientando que nos últimos anos o aeroporto de Lisboa viveu "duas situações difíceis no Verão", em 2014 e 2018. "As dificuldades que tivemos têm muito a ver com os atrasos", reforçou.
"Uma infra-estrutura não cria atrasos por si, mas pode dificultar a recuperação de atrasos ao longo do dia", salientou ainda o responsável, explicando que "um atraso que acontece é dificilmente recuperável nas horas subsequentes, porque os slots estão ocupados", o que "cria uma bola de neve e atrasos ao longo do dia".
Em resposta a questões dos deputados, o responsável disse não estar previsto no plano de expansão do aeroporto de Lisboa um terceiro terminal, mas sim "a expansão doterminal 1, com novas salas de embarque e posições de contacto para favorecer a eficiência do hub".
Relativamente ao controlo de fronteiras, Thierry Ligonnière salientou que a capacidade instalada na infra-estrutura – a quantidade de boxes - permite responder às necessidades. "Aí o trabalho a realizar é relativo à quantidade de operadores dentro das boxes nos momentos necessários à operação".
O CEO da ANA salientou ainda a importância do fecho definitivo da pista 17/35, para "permitir os desenvolvimentos do aeroporto de Lisboa para podermos aliviar a saturação no curto prazo", conseguindo criar mais posições de estacionamento, acrescentando estarem ainda decorrer negociações com a Força Aérea.