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CEO da ANA: "Não podemos pôr aeroporto do Montijo em pausa"
Thierry Ligonnière lembrou no Parlamento que o tráfego aéreo só voltará aos níveis anteriores à pandemia em 2023 e que o aeroporto do Montijo irá demorar 36 a 39 meses a construir. Para o CEO da ANA, o projeto tem de andar "o mais rapidamente possível".
O presidente da comissão executiva da ANA – Aeroportos de Portugal, Thierry Ligonnière, afirmou esta quinta-feira no Parlamento que "não podemos pôr o projeto do aeroporto do Montijo em pausa", acrescentando que "temos de continuar a pôr o projeto a andar o mais rapidamente possível", para estar pronto em 2023, ano em que se prevê neste momento que o tráfego aéreo volte aos níveis pré-covid.
"O tráfego estará previsto para voltar aos níveis antes da covid-19 em 2023 e a construção do aeroporto irá demorar 36 a 39 meses depois da assinatura da adenda do contrato de concessão", afirmou na comissão de Ambiente, Energia e Ordenamento do Território.
O CEO da gestora dos aeroportos nacionais frisou ainda que o projeto do novo aeroporto "entrou agora numa fase de execução", frisando que "a crise mundial, que terá impacto forte no turismo, não tira relevância ao aeroporto do Montijo". "Antes pelo contrário", acrescentou, afirmando que "os critérios mantêm-se". Desde logo, disse, o critério de urgência, já que em 2019 o aeroporto Humberto Delgado tinha já a sua capacidade limitada, com consequências no desenvolvimento da economia e no emprego
Para Thierry Ligonnière, "neste contexto de crise ainda é mais importante para mitigar os impactos económicos de uma crise que se prevê muito grave".
A ANA e o Estado assinaram em janeiro de 2019 um acordo para o aumento da capacidade aeroportuária da região de Lisboa, tendo a concessionária ficado comprometida com um investimento de 1,15 mil milhões de euros.
O CEO do grupo frisou ainda a importância de que o regresso do tráfego aconteça com um impacto menor na qualidade de vida das pessoas, assegurando que a ANA está alinhada com esses objetivos e que "as obras que estão em curso no Humberto Delgado vão nesse sentido". As saídas rápidas que estão a ser feitas, disse, "vão ter benefício ambiental", tornando "o aeroporto mais eficiente" e capaz de "evitar o deslizamento de voos para período noturno por exemplo".
O responsável garantiu ainda que a empresa "irá apresentar todas as propostas da declaração de impacte ambiental que estão no âmbito da sua atuação"
Sobre o que falta fazer no Montijo, depois da DIA ter sido emitida com parecer favorável condicionado, o CEO disse que "neste momento estamos numa fase de execução e há um conjunto de estudos complementares que estão a ser efetuados", como é o caso da pormenorizacão do plano de isolamento acústico dos edifícios.