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Boeing prepara reforma do 747 para fechar era dos jumbos

A Boeing ainda não contou aos funcionários, mas a empresa vai descontinuar o jumbo 747, encerrando uma jornada de meio século para a aeronave pioneira do corredor duplo.

Wikimedia
04 de Julho de 2020 às 20:00
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O último 747-8 sairá de uma fábrica na área de Seattle em cerca de dois anos, uma decisão que não foi divulgada, mas que pode ser encontrada em mudanças subtis nas demonstrações financeiras, disseram fontes próximas da empresa.

É um momento que os entusiastas da aviação temem há muito tempo, já que sinaliza o fim das aeronaves de dois andares e quatro motores que revolucionaram a indústria. A Airbus já se prepara para fabricar o último jumbo A380.

No entanto, apesar de toda a popularidade entre passageiros, a versão final do 747 e o superjumbo da Europa nunca descolaram comercialmente, na medida em que as companhias aéreas se voltaram para aviões bimotores para voos de longo curso.

Os jumbos também enfrentam outro problema: a pandemia de covid-19 ameaça deixar os fabricantes em busca de compradores para os últimos modelos fabricados.

"Como se vê, o número de rotas para as quais você precisa de uma aeronave ultragrande é incrivelmente pequeno", disse Sash Tusa, analista da Agency Partners.

A "Rainha dos Céus" da Boeing estreou-se em 1970, uma aposta audaciosa que transformou as viagens, mas quase levou a empresa à falência. As versões para passageiros ostentavam uma escada em espiral para um luxuoso salão no andar de cima. Os modelos de carga apresentavam um nariz articulado que se abria para carregar de tudo, de carros a equipamentos de perfuração de petróleo.

Mas a pandemia do coronavírus está a apressar o fim dos aviões gigantes. Com a expectativa de que as viagens não recuperem completamente até meados da década, as companhias aéreas estão a colocar na "reforma" aviões antigos e jumbos de quatro motores para limitar os gastos. Cerca de 91% dos 747 e 97% dos A380 estão estacionados, estimou Credit Suisse no mês passado.

O presságio revelador de que a Boeing havia escrito o capítulo final do icónico 747 veio em demonstrações financeiras no início deste ano. Não havia qualquer indicação de que a empresa continuaria a "avaliar a viabilidade" do programa, uma frase padrão usada anteriormente.

"A uma taxa de produção de meio avião por mês, o programa 747-8 tem mais de dois anos de produção pela frente a fim de cumprir os nossos atuais compromissos com os clientes. Continuaremos a tomar as decisões corretas para manter a linha de produção saudável e responder às necessidades dos clientes", afirmou a Boeing quando contactada para este artigo.

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