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Avião movido a bateria projectado para 2019 após teste de motor

Uma start-up que está a fabricar motores eléctricos para aviões está mais perto de colocar uma aeronave movida a bateria no ar já no próximo ano.

Sara Matos
06 de Outubro de 2018 às 18:00
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A MagniX anunciou que o teste de solo de um motor totalmente elétrico de 350 cavalos de potência, foi bem-sucedido. Este motor é forte o suficiente para mover um avião pequeno com capacidade para transportar nove passageiros de Seattle a Portland. O motor foi anexado à secção do nariz de um equipamento de teste do turboélice Cessna.

 

A empresa deverá testar o motor em voo no segundo semestre do ano que vem, disse o CEO Roei Ganzarski. Em 2022, segundo o responsável, o motor estará pronto para fazer funcionar pequenos aviões comerciais que voarão até 800 quilómetros, aproximadamente a distância de Nova Iorque a Detroit. Até 2024, será possível realizar voos de até 1.600 quilómetros, disse.

 

O teste realizado pela MagniX, que tem sede em Redmond, Washington, coloca-a dentro de um grupo de empresas aeroespaciais que estão a correr para aplicar os avanços da indústria automóvel à tecnologia de baterias com a esperança de reduzir os custos de combustível e as emissões. A Zunum Aero, financiada pela Boeing, está a desenvolver uma aeronave híbrida eléctrica de 12 assentos que deverá ser lançada nos próximos quatro anos. Airbus, Siemens e Rolls-Royce uniram forças para desenvolver um avião semelhante. Já a star-tup israelita Eviation aposta num produto 100% eléctrico.

 

"Estamos a assumir uma postura semelhante à da Tesla quando começou", disse Ganzarski, em entrevista, numa referência à fabricante de carros eléctricos comandada por Elon Musk. Os primeiros carros totalmente eléctricos inicialmente podiam fazer apenas viagens curtas, mas agora as baterias duram centenas de quilómetros, disse. "O caminho certo é completamente eléctrico, porque não queremos combustível e não queremos emissões."

 

Gargalo de baterias

A aviação eléctrica e híbrida enfrenta muitos obstáculos, sendo o maior deles a tecnologia de baterias, afirmou o consultor Robert Mann. Provavelmente serão necessárias mais duas décadas para que as baterias tenham a capacidade de alimentar aviões como o Boeing 737 e o Airbus A380, salientou. A adopção da energia eléctrica pela aviação provavelmente seguirá um caminho semelhante ao da indústria automóvel, em que carros híbridos como o Toyota Prius chegaram ao mercado uma década antes dos carros da Tesla, que são completamente eléctricos.

 

"Não há infraestrutura de recarga. Não há infraestrutura de ciclo de bateria, e existe a questão da preocupação com a autonomia", disse Mann. "A primeira questão é: consigo chegar lá? E se não conseguir, o híbrido contorna isso."

 

No teste, o motor MagniX alcançou a potência esperada. Além disso, ficou dentro dos níveis aceitáveis de vibração e não aqueceu demais, informou a empresa.

 

As aeronaves representam 12% das emissões de gases causadores do efeito estufa dos transportes nos EUA e 3% das emissões gerais, segundo a Agência de Proteção Ambiental dos EUA. Quase metade dos voos tem menos de 1.600 quilómetros de autonomia, disse Ganzarski.

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