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Alexandra Reis tem dúvidas sobre motivos da sua saída
A gestora assegurou que teria saído "sem contrapartida" caso Governo tivesse aceitado renúncia proposta em dezembro de 2021.
Alexandra Reis, antiga administradora da TAP, ainda desconhece os motivos concretos da sua saída da companhia aérea, disse durante a quarta audição da Comissão Parlamentar de Inquérito à TAP.
Sobre os motivos da sua saída, oficializada a 4 de fevereiro, a ex-administradora apontou que as divergências "não beliscavam" a implementação do plano de reestruturação, contrariando as declarações da CEO da TAP exonerada.
Respondendo às perguntas do deputado do Iniciativa LIberal Bernardo Blanco, revelou que o processo da sua saída arrancou a 25 de janeiro de 2022, quando Christine Ourmières-Widener a informou, numa reunião "muito curta", que queria distribuir os seus pelouros a outros membros do conselho executivo. "Pediram-me para sair da empresa" nessa reunião.
"A CEO queria que eu saísse da empresa, confesso que tenho dúvidas sobre os motivos. Não terá ficado claro por mim na altura", sublinhou.
Questionada sobre os motivos da pressa em sair da TAP, disse que "senti sempre sentido de urgência por parte da CEO, o sentido de urgência não era meu".
Alexandra Reis assegurou ainda que só falou com governantes depois de ter cessado funções na TAP, tendo enviado mensagens de cumprimentos a Pedro Nuno Santos, ministro das Infraestruturas, Hugo Mendes, secretário de Estado das Infraestruturas e Miguel Cruz, secretário de Estado do Tesouro. Recebeu dois telefonemas de volta: de Hugo Mendes e Migue Cruz. Sóe este último é que terá mostrado alguma surpresa com a sua saída, defendeu.
No que toca ao email enviado a 29 de dezembro de 2021 ao Governo onde colocou o seu lugar à disposição, explicou que foi por uma questão de ética no seguimento da alteração acionista com a saída de Humberto Pedrosa do capital, que a tinha nomeado para administradora.
Alexandra Reis assegurou que nunca obteve resposta a este email. Mas caso o Governo tivesse achado que fazia sentido a sua renúncia, sairia "sem contrapartida", defendeu. Uma semana depois do envio deste email, Christine Ourmières-Widener reuniu com Pedro Nuno Santos, na altura ministro das Infraestruturas, para anunciar que queria reorganizar o "board".
(Notícia atualizada às 21h33)
Ainspeção-Geral das Finanças (IGF) considerou ilegal o acordo de saída com uma indemnização de 500 mil euros. A gestora, que passados cinco meses de ter saído da TAP foi nomeada por Pedro Nuno Santos para presidente da NAV (empresa pública), já garantiu que iria devolver a indemnização, apesar de não concordar com as conclusões do relatório. Mas ainda está à espera que a TAP lhe indique o valor líquido.
(Notícia em atualização)