A Air France-KLM mantém o interesse na TAP, mas não a qualquer custo. "Queremos perceber as condições da venda, ainda é cedo para tomar uma posição porque não estamos certos do que o Governo português quer". Foi assim que o presidente-executivo da empresa, Ben Smith, reagiu às perguntas sobre se mantinham o interesse na TAP e em que moldes, nomeadamente através de uma posição maioritária ou minoritária.

"Se [o caderno de encargos] alinhar com o nosso objetivo e financeiramente fizer sentido pode ser interessante para nós. Se tiver risco não iremos em frente ou teremos mais cautela pelo menos", acrescentou o responsável na conferência telefónica com jornalistas no âmbito da apresentação dos resultados do primeiro trimestre.

Ben Smith revelou ainda que não tiveram qualquer conversa com o novo Governo de Luís Montenegro e mostrou-se disponível para falar assim que considerarem que "faz sentido". "Estamos a aguardar por mais detalhes" do processo da venda, referiu.

Com a demissão de António Costa e a marcação de novas eleições legislativas, a 10 de março, o processo de privatização da TAP ficou suspenso. O caderno de encargos que estava a ser elaborado previa a venda da maioria do capital. Uma posição que o líder da AD, Luís Montenegro, também defende. Já o candidato pelo PS e antigo ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, tem defendido que o Estado deveria manter uma posição maioritária para garantir a manutenção do hub.

Além da Air France-KLM, a IAG (dona da Iberia) e a Lufthansa também já manifestaram interesse em entrar na corrida pela TAP, no seguimento da vaga de consolidação no setor a nível  europeu.