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Tráfego global de Internet está a disparar mas a rede ainda não estourou

Aviões em terra, fábricas fechadas e cidades em confinamento. No entanto, os dados, a força vital da economia moderna, continuam a fluir.

22 de Março de 2020 às 12:00
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Os receios de que as redes de comunicação falhariam em momentos de maior necessidade revelaram-se infundados tendo em conta o aumento do tráfego de Internet para níveis recorde. Os fornecedores de banda larga adaptam-se ao novo mundo do trabalho remoto, aulas em casa, famílias que mantêm contacto através do FaceTime e grupos de crianças que ouvem canções na Internet.

 

Tudo indica que o setor pode lidar com a turbulência provocada pelo coronavírus sem grande intervenção estatal. E o setor das telecomunicações, que na Europa foi o segmento com o pior desempenho na bolsa ao longo de uma década, parece uma das apostas mais seguras para investidores em pânico.

 

As oscilações na procura foram grandes e repentinas. Em Espanha, a atividade de jogos on-line quase triplicou na semana passada, quando escolas foram fechadas, enquanto o uso do WhatsApp multiplicou-se por sete. No Reino Unido, a BT disse que o tráfego diurno aumentou 60%, atingindo o pico durante as conferências de imprensa diárias do primeiro-ministro Boris Johnson sobre a pandemia.

 

O tráfego noturno do site da Amazon.com em Itália quadruplicou de uma média de 5 gigabits por segundo antes do surto de coronavírus para cerca de 20 gbps nesta semana, devido ao salto das compras online. O volume de dados de telecomunicações fixas da Telecom Italia aumentou mais de 90%, e o de dados móveis mais de 30% desde que o país entrou em bloqueio.

 

"Uma séria interrupção das redes italianas devido ao aumento do tráfego da Internet na semana passada é um cenário muito improvável para o país, mesmo que não seja impossível", disse o presidente do órgão regulador de comunicações da Itália, Angelo Cardani, em entrevista por telefone.

 

 

Desconfiados de que o caos noutros setores possa espalhar-se para a indústria de comunicações, na quarta-feira o comissário para o mercado interno da União Europeia, Thierry Breton, pediu às plataformas de streaming que parem de distribuir vídeo de alta definição e aliviem a pressão nas redes. Netflix e YouTube, do Google, prometeram limitar as taxas de bits do streaming.

 

Agências governamentais que supervisionam o setor das telecomunicações dizem que estão dispostas a permitir que os fornecedores de banda larga coloquem plataformas de vídeo e jogos, que consomem muita largura de banda, numa faixa lenta de dados para dar prioridade ao tráfego mais importante quando as redes correm risco de sobrecarga. A prática é proibida em épocas normais sob as chamadas regras de neutralidade da rede, elaboradas para garantir igual tratamento para todos os utilizadores da Internet.

 

As empresas de telecomunicações têm de informar os reguladores quando recorrem à limitação de dados. Ainda não há sinal de que tal tenha acontecido.

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