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Telefónica procura evitar aumento de capital com venda da Tim

A operadora espanhola que é uma das principais accionistas da Telecom Italia quer levá-la a vender a filial que detém no Brasil, como forma de reforçar o balanço e financiar o investimento na rede italiana. Porém, esta decisão também abre a porta a uma OPA dos espanhóis à incumbente italiana.

28 de Outubro de 2013 às 13:15
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A Telefónica quer levar o conselho de administração da Telecom Italia (TI) a aprovar a venda da Tim, filial que a operadora italiana detém no Brasil e é a segunda maior do país. A decisão é defendida pela Telco, empresa que detém mais de 20% da italiana e que é controlada pela Telefónica, segundo a edição on-line do jornal brasileiro “Folha”.

 

A estratégia está a ser defendida como forma de reduzir o endividamento e investir na modernização da rede fixa em Itália. Algo que permitiria evitar a suspensão do pagamento de dividendos ou um aumento de capital. Além disso, a decisão levanta um dos impedimentos ao lançamento de uma oferta pública da aquisição sobre a TI pela Telefónica.

 

A Telefónica tem uma participação indirecta na Telecom Itália através da Telco, da qual controla 66% do capital. Esta última é accionista da operadora italiana e nomeia quatro dos 15 administradores que controlam o futuro da Telecom Itália.

 

Entretanto, o grupo Findim contesta a legitimidade da Telco para influenciar o futuro da incumbente italiana e convocou uma assembleia de accionistas para Dezembro. Na ordem de trabalhos está uma votação que pode levar à destituição dos quatro conselheiros que representam o holding controlada pela Telefónica.

 

Conflito de interesses no Brasil

 

A Telecom Italia tem visto o seu negócio deteriorar-se no país ao permitir que a sua infra-estrutura de rede fixa tenha ficado para trás das concorrentes, à medida que as principais concorrentes apostaram nas redes de nova geração.

 

A operadora viu ainda a sua qualidade de crédito deteriorar-se, o que levou a Moody’s a cortar o “rating” da operadora para “Ba1”, o que a colocou na categoria de investimento “especulativa”, também denominada “junk” ou “lixo”.

 

Ainda assim, a Telefónica opõe-se a um aumento de capital. A operadora que tem vindo a vender activos privilegia a venda da Tim, no Brasil, como fonte de financiamento para a TI. A operadora de Espanha está presente no mercado brasileiro através da Vivo, que é a líder do mercado móvel no país.

 

A venda da Tim pode afigurar-se como uma solução para reestruturar o negócio em Itália sem que os accionistas tenham de contribuir para um aumento de capital proposto de três mil milhões de euros.

 

Para os espanhóis, a venda da Tim é a decisão mais favorável na medida em que permite equilibrar o balanço da operadora italiana sem ter de desembolsar capital. Ao mesmo tempo, permite-lhe desfazer-se de uma participação indirecta na Tim, que não controla e é a segunda maior operadora móvel do Brasil.

 

Os reguladores do Brasil já esclareceram que a Vivo e a Tim não poderiam ser concentradas sob um único dono. Além disso, a Telefónia está obrigada a retirar-se das reuniões do conselho de administração da TI quando é discutido o futuro da Tim, segundo a "Folha" que cita um acordo firmado quando a Telefónica entrou no capital da Telecom Italia.

 

O antigo presidente executivo da Telecom Italia, Franco Bernabe, demitiu-se no início do mês em divergência com a Telefónica. O responsável que liderou a operadora italiana durante 11 anos opunha-se à venda da filial brasileira para reforçar o balanço e defendia o reforço dos capitais com recurso a um aumento de capital.

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