A Bel é uma empresa especializada na produção e comercialização de laticínios e seus derivados e que detém as duas maiores marcas no segmento de queijo flamengo: Limiano e Terra Nostra. A nível internacional, são suas duas marcas icónicas de queijo: A Vaca que ri e a Babybel. Uma empresa que, segundo o seu relatório de sustentabilidade, "ambiciona ser reconhecida como a mais sustentável da área".
Esta multinacional de origem familiar, com 150 anos de existência, comemora este ano 20 anos de presença em Portugal, onde detém duas fábricas e mais de 600 colaboradores. Com produtos presentes em mais de 50% dos lares portugueses, a Bel assume a missão de fornecer "alimentos mais saudáveis e responsáveis para todos", tendo a sustentabilidade como elemento central dessa missão. Como explica Tayeb Mouhcine, general manager South Europe na Bel, "o nosso compromisso com a sustentabilidade é parte da nossa missão de fornecer alimentação responsável e saudável para todos. Essa missão está expressa no nosso lema: ‘Para Todos, Pelo Bem.’" Para a Bel, explica, "o compromisso com a sustentabilidade está na missão e no lema, e é algo que é imperativo para nós como negócio".
Sustentabilidade é desafio exigente
O setor agroalimentar – em que a Bel se insere – enfrenta desafios particulares ao nível do« negócio e da sustentabilidade, com a degradação dos solos, a gestão da água, a emissão de gases com efeito de estufa, e os efeitos das alterações climáticas, de uma forma geral. Em simultâneo, o setor tem de garantir o abastecimento sustentável de alimentação para uma população mundial em crescimento. Neste contexto, afirma Tayeb Mouhcine, "a sustentabilidade é um desafio para toda a nossa cadeia de valor, e implica uma grande transformação em todos os aspetos do negócio". Uma transformação que, afirma, "vai mudar a forma como trabalhamos, como inovamos e como interagimos com os consumidores e com todos os nossos stakeholders". Neste contexto, para este responsável "o objetivo final deve ser garantir que os consumidores e os nossos clientes irão ter e escolher produtos sustentáveis".
Para atingir este objetivo de forma sustentável, a Bel, segundo Paula Amaral, head of sustainability, "pôs a sustentabilidade no coração da estratégia da empresa e desenvolveu procedimentos de governação que garantem que todos os departamentos e colaboradores estão informados e envolvidos nesta missão". Neste contexto, afirma a responsável, "os planos de inovação da empresa centram-se em cumprir metas de sustentabilidade, como embalagens 100% recicláveis ou compostáveis, e desenvolvimento de receitas com ingredientes naturais". Uma outra vertente importante é o investimento da empresa no envolvimento de todos os seus stakeholders nesta missão. "Por forma a contribuirmos para a neutralidade carbónica em 2050 precisamos de contar com o envolvimento de toda a cadeia de valor", afirma Paula Amaral.
Inovação é crucial
Por isso, "como a Bel é uma empresa de laticínios, e a redução das emissões vindas da agricultura e pecuária é um enorme desafio, pensamos que a inovação, por exemplo, a partir de start-ups, vai ser importante para fazer o caminho da sustentabilidade", explica a responsável. Do lado da Bel, "estamos também a fazer o caminho da transição ambiental e alimentar, investindo em produtos à base de fruta e de origem vegetal", esclarece a responsável.
Na sua opinião "existem oportunidades na crescente tomada de consciência dos consumidores, que irão, cada vez mais, apoiar esta mudança", diz. A necessidade de fazer a transição alimentar e ambiental "reflete-se no nosso modelo de negócio, em que a rentabilidade e a sustentabilidade caminham juntas. Temos de ser rentáveis para ser sustentáveis e teremos de ser sustentáveis para ser rentáveis", afirma Tayeb Mouhcine. Com base nesse modelo de negócio, "desenvolvemos uma estratégia de sustentabilidade ambiental, social e de governação (ESG) baseada em cinco pilares de atuação", explica Paula Amaral.
O primeiro desses pilares, afirma, "é promover uma nutrição saudável, com receitas que tenham, por exemplo, níveis de sal adequados". O segundo pilar é o desenvolvimento de "embalagens responsáveis", com o grande objetivo "de chegar a 2030 com 100% das nossas embalagens recicláveis ou compostáveis (em casa)", assume a responsável. A promoção da agricultura sustentável é o terceiro pilar. "A agricultura é basilar no nosso negócio e temos de trabalhar em vários eixos como o bem-estar animal e a agricultura regenerativa que é a nossa bandeira de diferenciação. Um projeto-piloto que iniciámos em 2022 e que será crucial na contribuição para a neutralidade carbónica em 2050", explica.
O quarto pilar, segundo Paula Amaral, "é a luta contra as alterações climáticas através da redução das emissões, em que estamos a investir nas nossas fábricas para garantir a neutralidade carbónica". Finalmente, mas não por último, "tornar os nossos produtos mais acessíveis, com a estratégia a que chamamos ‘porções de goodness’, em que estamos a abrir mais canais de distribuição para chegar ao máximo de consumidores possível", conclui.
Medir impactos
Estas políticas são complementadas com processos e ferramentas de monitorização e medição do seu impacto no produto final. Conforme explica a responsável, "temos ferramentas que permitem medir a pegada de carbono de cada produto, do prado ao prato, e monitorizar o impacto das várias iniciativas ao longo da cadeia de valor na redução da pegada". Esta ferramenta permite concluir que "em 2023 a Bel Portugal reduziu as suas emissões em 5% em termos absolutos, e baixou em 9% a intensidade carbónica da sua operação", explica Paula Amaral. Estas reduções são consequência de, como explica Tayeb Mouhcine, "nós já estarmos há muitos anos numa trajetória de crescimento da sustentabilidade". E este ano "está a ser um ano importante, em que temos muitos projetos em curso, quer no grupo quer em Portugal", diz.
Visão de crescimento sustentável
Dos projetos mais recentes, afirma o diretor, "destacaria a aposta na inovação para a sustentabilidade. Essa aposta é clara nos nossos projetos para aumentar a reciclabilidade das embalagens, para fomentar a agricultura regenerativa, e para chegar à neutralidade carbónica nas nossas fábricas." Este esforço corresponde "a uma visão de crescimento sustentado e responsável, assente no impacto positivo nas comunidades e no planeta a longo prazo, e é a base do modelo de negócio da Bel", como se encontra expresso no mais recente Relatório de Sustentabilidade. Um documento em que a empresa se posiciona "como um parceiro para o futuro, com a ambição de liderar a mudança do setor agroalimentar, sendo pioneira na agricultura regenerativa, focada em inovar os seus produtos, em impactar positivamente as comunidades locais e em promover as melhores práticas ao longo da sua cadeia de valor".