A Bondalti assume como desígnio "contribuir para um mundo melhor, criando uma química inovadora e sustentável". No entanto, pelas características próprias da sua atividade, a sustentabilidade é uma área que coloca desafios importantes àquela que é a maior empresa da indústria química portuguesa. Para vencer estes desafios, a empresa tem uma estratégia clara que conta com o compromisso total da administração, afirma Luís Delgado, administrador executivo da Bondalti.
Que desafios apresenta à Bondalti o desenvolvimento da sustentabilidade?
Muitos, nomeadamente por estar no setor químico, que tem desafios relevantes em termos de sustentabilidade. Temos dois tipos de desafios relevantes. Em primeiro lugar, a gestão do impacto da nossa atividade nas comunidades onde nos inserimos. Este é um eixo fundamental da nossa estratégia de sustentabilidade.
Uma segunda vertente da nossa estratégia de sustentabilidade tem a ver com a nossa competitividade. Para nos tornarmos mais competitivos, temos de reduzir a pegada de CO2 equivalente nos nossos produtos. São estas duas vertentes que guiam a nossa estratégia de sustentabilidade, que temos em execução há vários anos, e que iremos revendo ao longo dos próximos anos.
Como referiu, a indústria química tem desafios específicos de sustentabilidade bastante exigentes. Como encaram essa realidade?
A Bondalti tem um compromisso fortíssimo com a sustentabilidade. Nós acreditamos que conseguimos fazer transformações nesta área específica se houver um compromisso total da administração. Só assim, dando o exemplo, sendo claros e tendo uma estratégia bem definida e comunicada a toda a organização e a todos os stakeholders é que conseguimos fazer progressos significativos nesta área. O nosso compromisso com a sustentabilidade, enquanto administração da Bondalti, é total e não poderia ser de outra forma.
De que forma esse compromisso se manifesta na vossa atividade? Que projetos têm em curso?
Temos vários projetos em curso em todos os eixos do ESG (Sustentabilidade Ambiental, Social e de Governação). Na parte ambiental temos em curso um vasto projeto de descarbonização no nosso complexo industrial de Estarreja, de forma a reduzir as nossas emissões de âmbito 1 e 2, e que tem objetivos claros. No âmbito 2, por exemplo, temos o objetivo de usar só energia renovável até 2030. No âmbito 1, queremos alcançar uma redução muito relevante das emissões com, por exemplo, a transição das caldeiras do gás natural para a eletricidade. Para as emissões de âmbito 3, estamos a desenvolver uma estratégia, que naturalmente terá um tempo de implementação mais longo e será mais exigente, pelo envolvimento de muitas entidades terceiras, sejam fornecedores ou clientes nossos.
Esses são projetos de sustentabilidade ambiental. E nos eixos social e de governação?
Na parte social, a Bondalti tem uma estratégia que é reconhecida. Somos uma empresa EFR (empresa familiarmente responsável) e temos uma componente social bastante clara e forte dirigida aos nossos colaboradores. Também já apresentámos e temos em curso a nossa estratégia de responsabilidade social corporativa, que é uma resposta muito clara àquilo que entendemos ser também a nossa responsabilidade, com um foco muito claro nas comunidades em que nos inserimos. No eixo da governação, que é para nós também fundamental, estamos muito focados na diversidade dentro da nossa empresa, numa lógica de potenciar a forma como a diversidade pode acrescentar valor à empresa. Pensamos que pessoas diferentes, com competências, lógicas, e formas de olhar o mundo, diferentes, acrescentam valor à empresa.
Como perspetiva a evolução desta área e o caminho para continuar a desenvolver a sustentabilidade da empresa?
É um caminho longo e que será muitas vezes difícil, com o aumento da regulamentação, com diretivas cada vez mais apertadas. Por isso, é especialmente importante esta partilha com outras organizações que estão mais à frente, ou com outro tipo de soluções, a fazer o mesmo caminho. É muito enriquecedor e é também por isso que participamos nesta iniciativa. Porque nos traz esse valor e porque queremos também contribuir com a nossa experiência, o nosso plano, as nossas pessoas, para prosseguir neste caminho longo que ainda temos de fazer para alcançar estes objetivos que são de todos.
