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Mercados em alvoroço. EUA alertam que está iminente ataque do Irão a Israel
O conflito no Médio Oriente não pára de escalar. Dos EUA surge o alerta de que Teerão pode estar prestes a atacar Israel.
A informação chegou da Casa Branca: estará para breve um ataque do Irão a Israel, com possíveis consequências severas.
Uma fonte da Administração norte-americana, não identificada, citada por vários orgãos de comunicação - incluindo Bloomberg, Reuters e NBC News - disse que o Irão está pronto para lançar um ataque com mísseis balísticos contra Israel. Os Estados Unidos já se estão a preparar para defender o aliado, indicou a mesma fonte.
Este alerta surge depois de as forças israelitas terem atacado o sul do Líbano, via terrestre. Um porta-voz do exército israelita disse à Bloomberg que não foram ainda detetados quaisquer ataques aéreos.
As várias frentes de conflito com Israel – depois do Hamas, na Faixa de Gaza e na Cisjordânia, e também dos houthis do Iémen, há agora um escalar de tensões com o Líbano e Síria e também com o Irão, que apoia o Hezbollah (sendo a sua espinha dorsal financeira) – estão a alvoraçar os mercados, com destaque para o petróleo, devido aos receios de um conflito mais alargado no Médio Oriente, onde há grandes produtores desta matéria-prima.
O West Texas Intermediate (WTI), "benchmark" para os Estados Unidos, segue a somar 3,23% para 70,37 dólares por barril. Já o Brent do Mar do Norte, crude negociado em Londres e referência para as importações europeias, avança 3,01% para 73,86 dólares.
Também o ouro, que é um ativo-refúgio por excelência, está a ganhar terreno, a transacionar perto dos máximos históricos de 2.685,42 dólares por onça atingidos na semana passada. O ouro a pronto (spot) sobe 1,16% para 2.665,06 dólares por onça no mercado londrino de metais (LME). No mercado nova-iorquino (Comex), os futuros do metal amarelo valorizam 0,95% para 2.661,20 dólares por onça.
No mercado cambial, também o iene e o franco suíço – moedas consideradas valores seguros – estão a registar uma apreciação. O dólar, que é outra divisa-refúgio, não estava entre os preferidos como cobertura de risco, seguindo a ceder devido às perspetivas de novos cortes de juros diretores pela Reserva Federal norte-americana. Contudo, a divulgação de um aumento inesperado das vagas de emprego nos EUA em agosto, depois dos recuos nos dois meses precedentes, deu um novo vigor à nota verde, que segue agora igualmente em alta.
"O mercado tem ignorado grandemente o conflito no Médio Oriente, ao longo do último mês, mas um confronto direto entre o Irão e Israel tem sempre o risco de provocar uma espiral", comentou à Reurers o principal analista cambial da ForexLive, Adam Button.
Já nos mercados acionistas, onde os ativos são de maior risco, a tendência está a ser a oposta. Em Wall Street, os índices estão a recuar, movimento que se observa também quase generalizadamente na Europa - o PSI, em Lisboa, é uma das poucas exceções.
Recorde-se que o Irão – que fornece armas e dinheiro ao Hamas e ao Hezbollah – está sob embargo petrolífero dos Estados Unidos desde 2018, depois de o então presidente Donald Trump ter descartado o acordo nuclear com Teerão que tinha sido negociado ainda no tempo de Barack Obama. Tem havido conversações no sentido de aliviar ou mesmo levantar estas sanções, mas, se o Irão se envolver no atual conflito, os EUA poderão voltar a endurecer o seu posicionamento.
(Notícia atualizada)