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Rivais da Meo ‘chumbam’ compra da TVI

A eventual compra da Media Capital pela Meo gerou várias críticas por parte dos líderes da Nos e da Vodafone que consideram que nem com remédios a operação pode ser aprovada.

Bruno Simão/Negócios
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Os presidentes da Nos e da Vodafone consideram que não há compromissos possíveis para que a compra da Media Capital seja aprovada. "Entendemos que esta operação, a acontecer, teria impactos significativos nas comunicações electrónicas. E irreversíveis no que diz respeito à comunicação social e à garantia do pluralismo", apontou Miguel Almeida, durante o debate sobre o Estado da Nação das Comunicações, no congresso da APDC.

 

Uma posição partilhada pelo líder da Vodafone Portugal, que acrescentou que a operação será "prejudicial para o sector de telecomunicações e, por inerência, para o país. E como falamos em media, prejudicial para a democracia", acrescentou Mário Vaz.

 

A compra da dona da TVI foi o tema que gerou mais animosidade entre os líderes das operadoras durante o debate que arrancou com a CEO da Meo, Cláudia Goya, a oferecer uma camisola da selecção nacional de futebol na qual, nas costas, estavam escritas as palavras "fair play".

 

Uma atitude que mesmo assim não abrandou as críticas dos concorrentes, e até foi alvo de brincadeira por parte de Miguel Almeida: "desde já, registo uma mudança de atitude por parte de Altice que agora vai adoptar o "fair play"", brincou o responsável da Nos.

 

Ainda sobre o tema da compra da Media Capital, Miguel Almeida sublinhou que têm "a máxima confiança na ERC", regulador do media que terá que dar o seu parecer sobre a operação até 10 de Outubro. Sobre esta futura decisão, o CEO da Nos apontou ainda que "só há um cenário que seria difícil de aceitar, que será o da não oposição com compromisso. Não haverá qualquer eficácia no que diz respeito a remédios comportamentais. Uma não oposição com compromisso não é mais do que uma aprovação com uma cosmética que não vai resistir ao primeiro impacto", criticou.

 

O presidente executivo da Vodafone Portugal foi mais longe. E referiu que "a aquisição do grupo Media Capital é instrumental para o negócio de telecomunicações. Valorizar esse grupo por 440 milhões de euros só pode ser para ganhar expressão no mercado de telecomunicações", referiu, em alusão à avaliação de pouco mais de 200 milhões de euros pela dona da TVI feita por analistas.

 

"Não há como colocar remédios. Acho que  a Anacom no seu parecer elenca muito bem essas razões", acrescentou, referindo-se ao parecer negativo do regulador de telecomunicações por poder colocar "entraves significativos à concorrência efectiva nos mercados de comunicações electrónicas".

 

Já Cláudia Goya, que se estreou no palco da APDC como CEO da Meo, recusou-se a entrar em pormenores sobre o assunto. "Sobre a Media Capital, o que posso dizer é que a Altice pauta-se por em todos os países onde está presente ter uma abordagem de respeito pelo trabalho dos reguladores. Depositamos total confiança no processo em curso. Não vou usar este palco para passar nenhum tipo de mensagem sobre esse assunto".

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