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Pharol passa de lucros a perdas em 2020
A empresa liderada por Luís Palha da Silva passou de lucros em 2019 para perdas em 2020, devido sobretudo às imparidades decorrentes da redução do valor expectável do crédito sobre a Rio Forte e aos custos operacionais.
O resultado líquido da Pharol em 2020 foi negativo em 14,3 milhões de euros, contra lucros de 20,7 milhões um ano antes, anunciou a empresa no comunicado das contas divulgado na CMVM.
Segundo a empresa liderada por Luís Palha da Silva (na foto), as perdas foram essencialmente justificadas pelos custos operacionais no montante de 3 milhões de euros e pelas imparidade de 11,1 milhões de euros decorrentes da redução do valor expectável do crédito sobre a Rio Forte.
"Com o ocorrer da pandemia Covid-19 e consequente reforço da política de contenção e disciplina orçamental, obteve-se uma redução nos custos operacionais recorrentes de 29%, que atingiram, no final do ano, 3 milhões de euros", diz.
Por outro lado, "na sequência da limitada evolução no processo de falência da Rio Forte e das desvalorização acentuadada moeda brasileira (e, em menor grau, da paraguaia), com forte depreciação do valor dos ativos naqueles países, o montante expectável do crédito sobre a Rio Forte sofreu uma redução de 11,1 milhões de euros no ano de 2020", sublinha o documento.
Já os capitais próprios aumentaram em 33,8 milhões euros, terminando 2020 nos 165,4 milhões de euros, refletindo a valorização da participação na Oi em 47 milhões de euros e o resultado líquido negativo no montante de 14,3 milhões de euros.
"A participação da Pharol na Oi, que no final do ano atingiu o valor de 110 milhões de euros, terminou o 2º semestre com uma valorização de 47 milhões de euros; o ganho na cotação (68,8 milhões de euros) foi parcialmente anulado pelo efeito cambial (21,1 milhões de euros)", refere a empresa.
O EBITDA recorrente em 2020 foi negativo em 3 milhões de euros, contra os 4,2 milhões negativos no ano precedente.
"Para toda uma geração de gestores em Portugal, o ano de 2020 há-de passar à história como o pior ano das suas vidas. Nem sempre com reflexos substanciais, diretos e imediatos na atividade e nos negócios das empresas. Mas, certamente, na forma como foram abaladas todas as crenças e pressupostos que até agora enformavam o encarar do futuro e o planeamento estratégico das instituições. Poucas, se é que algumas, terão sido as empresas que colocaram previamente um surto pandémico entre os diversos fatores exógenos mais críticos", salienta Palha da Silva na sua mensagem constante do relatório e contas.
E prossegue: "A Pharol não estará entre as empresas que mais sofreram. Os capitais próprios registaram um acréscimo muito positivo, de 33,8M€, e a cotação das nossas ações, que, à semelhança de muitas outras, havia sofrido com a queda abrupta dos mercados no último trimestre do ano anterior, acabou por concluir 2020 com uma forte revalorização".
Palha da Silva frisa que a economia brasileira revelou as mesmas fragilidades das restantes economias mundiais, o que impulsionou uma forte desvalorização do real. "No entanto, no caso concreto da Oi, há a registar diversos desenvolvimentos positivos ao longo do ano, reflexo das medidas estratégicas implementadas pela nova equipa executiva, conseguindo reforçar a capacidade de investimento o que se reflete no bom comportamento bolsista desta nova Oi em 2020. Coincidentemente, a desvalorização do real é também uma das principais, se não a principal, explicação para o agravamento dos prejuízos sentidos pela Pharol em 2020".
(notícia atualizada às 23:35)