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Paulo Azevedo: "Temos uma situação caricata nas telecomunicações"
O chairman e co-CEO da Sonae comentou a "guerra" nas telecomunicações. Aludindo à polémica entre a Nos e a Meo nos direitos desportivos, afirmou que o sector vive "uma situação aguerrida com um concorrente com métodos menos habituais".
Paulo Azevedo afirmou esta quinta-feira que o sector das telecomunicações vive uma "situação caricata" e "aguerrida com um concorrente com métodos menos habituais", referindo-se à guerra entre a Nos e Meo pelos direitos desportivos.
"Voltamos a uma situação em que temos um concorrente que diz o oposto do que faz. Já nos aconteceu há uns anos quando havia um 'player' que lutava por ser monopolista e dizia que era defensor da concorrência. Agora temos uma situação caricata com um 'player' que luta por ter conteúdos exclusivos e não os abrir à concorrência. Isto vai ser uma guerra engraçada", referiu.
Ângelo Paupério, co-CEO da Sonae, não quis antecipar se esta guerra irá extravasar os conteúdos desportivos mas destacou que a Autoridade da Concorrência fez bem em analisar qualquer tipo de contratos.
Paulo Azevedo espera um "crescimento razoável" na Europa e "condições difíceis no Brasil", onde admite a necessidade de um plano de contingência. A empresa já desinvestiu de alguns projectos no país. "Vendemos os centros comerciais em posições mais frágeis no Brasil e fomos acusados de ser pouco ambiciosos. Mas o resultado é que hoje temos um portefólio equilibrado. A evolução do Brasil até os mais fortes faz sofrer", salientou Paulo Azevedo.
O responsável não negou que a empresa estivesse a analisar oportunidades no retalho em Moçambique, como foi noticiado, tendo referido que a empresa está a "analisar com vários parceiros em franquia, joint-venture e wholesale e é natural que em 2016 alguns destes projectos se tornem realidade".
Quanto a Angola, país no qual a Sonae abandonou o projecto no retalho alimentar, Ângelo Paupério referiu que o grupo "não tem qualquer compromisso no país" com excepção da presença da Nos.
"A reversão da austeridade tem o seu quê de luta partidária e nós não vemos o consumo com um comportamento muito diferente do que estava, nem com as taxas de crescimento de Espanha ", adiantou Paulo Azevedo.
(Notícia actualizada às 14:26)