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Palha da Silva: “Há grande boa-vontade” para chegar a acordo na Oi

O presidente da Pharol reiterou a confiança da Oi em concluir o processo de recuperação judicial até Setembro. Quanto à saída de Rafael Mora, não tem “conhecimento” que tenha sido por conflitos com Tanure.

Luís Palha da Silva, na primeira assembleia-geral como presidente da Pharol, chega acompanhado do advogado André Luiz Gomes.
Pedro Elias
26 de Maio de 2017 às 15:58
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O presidente da Pharol, Luís Palha da Silva, está confiante que o calendário estipulado para o desfecho do processo de recuperação judicial da Oi possa ser cumprido, devendo ficar encerrado em Setembro.

No final da assembleia-geral de accionistas da Pharol, que se reuniram para aprovar as contas de 2016, Luís Palha da Silva comentou que "não compete a um accionista como a Pharol manter ou não manter prazos. Isso é um assunto da própria Oi".

No entanto, como relembrou, a ex-PT SGPS tem "alguma capacidade de intervenção nos conselhos de administração onde esses assuntos são debatidos", uma vez que detém 27,18% da do capital social da operadora.

"O que nos informaram - quem está encarregado de conduzir o processo - é que esse mês de Setembro ainda é uma data possível. É fácil [de cumprir]? Não. Exige muito trabalho quer nos aspectos dos passos sequenciais para lá chegar, quer em boas-vontades para haver acordo. Mas que a direcção executiva mantém a confiança que seja possível ate ao final de Setembro também é verdade", reforçou.

Questionado sobre o ponto de situação das negociações com os credores, o gestor voltou a sublinhar que "os accionistas não têm papel directo nesta negociação". Porém, apontou que enquanto accionistas não deixarão de dar sua posição. "Mas quem tem as conversas com os outros stakeholders, nomeadamente os credores, é a própria empresa", que "estou certo que tem mantido elevado nível e frequência de contactos entre os intervenientes". "Há uma grande boa-vontade" para chegar a acordo o mais rápido possível, explicou.

Intervenção do Governo na Oi "não está em jogo"

Quanto à eventual intervenção do governo brasileiro na Oi, que protagoniza o maior pedido de recuperação judicial da história do Brasil, tendo em conta a dimensão da operadora, que tem 70 milhões de clientes, Palha da Silva considera natural que "mereça por parte das autoridades brasileiras uma atenção muito cuidada".

"Nesse sentido", continuou, "sempre compreendemos que os governantes brasileiros necessitassem de ter instrumentos de intervenção" para caso fosse necessário. "Não me choca absolutamente nada".

No entanto, sublinha que actualmente essa intervenção não se justifica. "E, na minha opinião pessoal, os governantes brasileiros foram muito cautelosos ao dizerem que [para haver intervenção] tem de estar em causa o fornecimento do serviço" ou a capacidade cumprir os investimentos dos actuais contratos. "Nenhum desses motivos nos parece estar em jogo", sublinhou, relembrando que a Oi tem conseguido melhorar muitos indicadores de serviço.

Luís Palha da Silva comentou ainda que a proposta da Orascom, fundo do milionário egípcio Naguib Sawiris que inclui uma oferta pública de aquisição (OPA) de até 1,25 mil milhões de dólares pela Oi, "tem merecido a atenção do conselho de administração da Oi e dos seus accionistas".

No entanto, considera que "é uma proposta que se coloca num extremo tal que torna difícil qualquer negociação. Em qualquer caso, se me pergunta enquanto Pharol, nunca os accionistas foram contactados por essa entidade".

"Tarefa" de Rafael Mora era "altamente exigente

Questionado sobre se os motivos da saída de Rafael Mora da Pharol, e consecutivamente da Oi, estariam relacionados com conflitos com Nelson Tanure, como a imprensa brasileira noticiou, Palha da Silva refutou.

"Não tenho conhecimento disso, antes pelo contrário. Aquilo que nos foi transmitido é o que o próprio também já disse publicamente. Não tenho nada a acrescentar a isso. Se tivesse havido provavelmente outra coisa ele teria dito. Mas não", assegurou.

"Numa altura em que se faz contas relativamente ao que aconteceu em 2016", Palha da Silva aproveitou ainda para "reforçar o agradecimento que o CA lhe manifestou em diferentes momentos da sua estadia aqui pelo trabalho sempre muito empenhado e pelo esforço muito grande com que ele sempre desempenhou a sua função".

 

"Compreendemos que era uma tarefa altamente exigente e com grande sacrifício da vida pessoal e da sua relação familiar. Não vejo mais nenhuma razão que pudesse ser invocada neste momento. Está esclarecido por todos", concluiu.

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