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Credit Suisse volta a ter menos de 2% da Pharol
A estrutura accionista da Pharol tem registado fortes alterações nos últimos dias.
A Pharol anunciou na passada sexta-feira, 26 de Maio, que o Credit Suisse passou a ter uma participação qualificada no capital da empresa. Esta segunda-feira, 29 de Maio, revela que o banco suíço voltou a baixar da fasquia dos 2%.
Em comunicado à CMVM, a Pharol diz que o Credit Suisse passou a controlar 896.512.500 acções, que corresponde a 1,54% do capital. Antes detinha 2,23%.
A estrutura accionista da empresa liderada por Palha da Silva tem sofrido alterações significativas.
A High Bridge Unipessoal passou a ser accionista de referência da companhia que é accionista da Oi, sendo que a entrada deste fundo, cuja origem a própria antiga PT SGPS desconhece, decorreu no seguimento da compra da posição de 6,17% que o BCP detinha.
Depois da venda da posição pelo BCP, que voltou a integrar a estrutura accionista em Agosto de 2015 pela execução de garantias dadas pela Ongoing, a alienação da fatia do Novo Banco e o reforço de Nelson Tanure podem vir a ser os próximos passos. Fonte do Novo Banco confirmou ao Negócios que "estão a avaliar a situação".
Afinal, quem é o dono da High Bridge?
A origem da High Bridge não é conhecida publicamente. De acordo com as informações do portal da justiça, a sociedade, detida pelo Atlantis Global Investment, tem sede na Rua Vítor Cordon, 10A - 4.º piso, como noticiou o Jornal Económico.
O fundo estará ligado ao empresário brasileiro Nelson Tanure, como noticiou o mesmo jornal. Informações que fontes contactadas pelo Negócios dão como certas, mas que Luís Palha da Silva, administrador-delegado da Pharol, não confirma nem desmente. "Ainda não conseguimos apurar a origem da High Bridge", revelou o gestor na sexta-feira, no final da assembleia-geral de accionistas da Pharol. O gestor sublinhou, contudo, que a comunicação da entrada do novo accionista cumpriu todas as exigências da CMVM.
Já a ligação da High Bridge a Nelson Tanure, empresário brasileiro que nos últimos meses tem reforçado a sua posição na Oi, para Palha da Silva não passa de "especulação". "Não tenho nenhumas razões para pensar isso, nem tenho nenhumas razões para não acreditar que possa ser. Não vejo que isso seja mais do que uma especulação. As especulações às vezes acertam, outras erram redondamente. Neste caso não sei", acrescentou.
O gestor aproveitou ainda para sublinhar que não olha para novos investidores "como inimigos escondidos atrás de uma árvore, mas sim como alguém que aposta na Pharol".
Já fonte oficial ligada ao empresário, garantiu ao Negócios que "Nelson Tanure não aumentou nem tem intenção de aumentar sua participação na Pharol, em torno de 2%", que detém através do Discovery Capital Management, LLC.
A ligação de Tanure à Pharol
Os primeiros passos da relação de Nelson Tanure com a Pharol não começaram com o "pé direito". Pouco tempo depois de o empresário ter entrado na Oi, através do fundo Société Mondiale representado pela gestora Bridge, pediu a destituição dos administradores portugueses. O pedido, feito em Julho de 2016, acabou por não ser aprovado. No entanto, a relação conflituosa entre o empresário e Rafael Mora não se terá endireitado. A saída de Rafael Mora da Pharol, e da Oi, chegou mesmo a ser relacionada aos conflitos com o empresário. Uma informação que Palha da Silva refuta: "Não tenho conhecimento disso, antes pelo contrário", comentou, reforçando que na base da decisão estiveram motivos pessoais.