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Oi reconsidera venda da participação de 25% na Unitel
O presidente executivo da Oi, Bayard Gontijo avançou que a operadora está a reconsiderar a venda da participação na operadora Unitel tendo em conta que as relações com os accionistas angolanos estão a melhorar.
A Oi está a reavaliar a opção de vender os 25% que detém na Unitel, adiantou o presidente executivo da operadora, Bayard Gontijo, numa entrevista à Reuters.
O responsável explicou que a participação de 25% na Unitel continua na lista dos activos africanos para venda, porém adianta que a operadora está "a trabalhar em dois cenários. Um é vender o activo. O outro passa por resolver as disputas antigas… numa estrutura onde o acordo accionista é respeitado pelas duas partes e em que depois poderemos consolidar os números da Unitel", detalhou.
A segunda opção permitiria incluir este activo africano nas contas da Oi bem como desbloquear o processo do pagamento de 246 milhões de euros de dividendos em falta desde 2011, afirmou.
"Estamos a mudar o centro de gravidade de Lisboa para Brasília", acrescentou Bayard Gontinjo, comentando ainda que as relações com a empresária Isabel dos Santos, a maior accionista da Unitel, "estão melhorar e a evoluir".
O presidente executivo sublinhou ainda que o banco estatal BNDES, um dos maiores accionistas da Oi, tem boas relações com Angola.
Em Dezembro do ano passado a Oi anunciou a intenção de vender os activos africanos, estimando que o processo estivesse concluído no final deste ano.
A participação na Unitel, bem como dos restantes activos africanos, foi herdada pela PT Portugal no seguimento do aumento de capital realizado decorrente do processo da combinação de negócios.
O conflito da Unitel com a Oi remonta a Setembro de 2014, quando a operadora brasileira anunciou que queria alienar a participação de 25% que detém na Unitel, através da Africatel – veículo herdado da PT Portugal no âmbito da combinação de negócios e detido em 75% pela Oi.
A Unitel, que tem a empresária Isabel dos Santos como uma das principais accionistas, argumenta ter o direito de preferência sobre os 25% que a PT detinha na Unitel em caso de processos de venda ou fusão (como aconteceu no caso da Oi/PT).
Uma das consequências deste braço-de-ferro tem sido o atraso no pagamento de cerca de 246 milhões de euros de dividendos da Unitel à PT, pendente da resolução deste diferendo.