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Marten Pieters sai da Oi e entra Pedro Morais Leitão
A operadora brasileira anunciou que o administrador Marten Pieters apresentou a sua renúncia, pelo que será substituído por Pedro Zañartu Gubert Morais Leitão.
Marten Pieters apresentou sua renúncia ao cargo de membro do conselho de administração da Oi, refere a operadora brasileira – que tem a Pharol como maior accionista – em comunicado ao mercado.
"Com a sua renúncia, o Sr. Pedro Zañartu Gubert Morais Leitão, anteriormente suplente do Sr. Marten Pieters, passará a conselheiro titular", acrescenta o documento.
O britânico Pieters, especialista do sector de telecomunicações, tinha integrado a administração da Oi como membro independente, em Julho do ano passado, depois de ter feito carreira na Vodafone, onde ainda é administrador. Já Morais Leitão tem assento no "board" da Pharol.
O conselho da Oi tem vindo a sofrer baixas desde que o seu presidente executivo, Bayard Gontijo, apresentou a renúncia, no dia 10 de junho, perante condições difíceis de negociações da dívida da companhia com os credores, recorda a Valor Económico.
A Oi, recorde-se, é a responsável por pagar dívida da antiga PT, resultando da aliança falhada entre as companhias portuguesa e brasileira. Além da dívida directamente emitida para investidores que depende de reembolsos da Oi, muitos dos títulos foram empacotados por bancos portugueses – Best, Deutsche Bank e Barclays – e distribuídos por clientes.
No passado dia 20 de Junho a operadora anunciou, em comunicado emitido ao regulador brasileiro (CVM), que iria avançar para recuperação judicial depois de não ter chegado a acordo com os credores, e estar a braços com uma dívida de 65 mil milhões de reais (cerca de 17,8 mil milhões de euros).
Nesse processo, o maior da história do Brasil, a empresa ficará protegida contra acções e execuções por parte dos credores num prazo mínimo de 180 dias, segundo a lei brasileira.
Dois dias depois, a Justiça do Rio de Janeiro deu o seu parecer favorável a este pedido, ainda que de forma preliminar, já que tinha de analisar aprofundadamente o processo com 89 mil páginas. Em causa estava o pedido de carácter "urgente" da operadora, já que determinava o alargamento do prazo em 180 dias para pagar aos credores, evitando a suspensão e execuções contra as empresas da Oi, e também a "dispensa da apresentação de certidões negativas em qualquer circunstância".
Entretanto, no dia 29 de Junho, foi dado o parecer favorável definitivo por parte da Justiça do Rio. Agora, depois da aprovação do processo pelo Tribunal, o conselho de administração da Oi tem 60 dias para entregar o plano de reestruturação. Já os credores, numa base individual, têm 30 dias a partir da data da entrega do plano pela gestão da Oi para se pronunciarem.