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Inovação da Digi? "Nos mercados onde está não temos visto", diz Nos

A Nos critica a "opacidade" da operadora romena que vai apresentar esta segunda-feira a sua oferta para o mercado português. Manuel Ramalho Eanes, administrador da Nos, defende que neste momento quem mais desafia a empresa a inovar são os clientes.

Manuel Ramalho Eanes eJorge Graça.
Bruno Colaço
04 de Novembro de 2024 às 13:19
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A Nos está "a aguardar para ver" as novidades e o impacto da Digi no mercado português. Até lá, prefere não fazer comentários até porque as informações disponíveis são parcas. "Teremos de esperar, a Nos só sabe o que é público", comentou o administrador executivo da operadora Manuel Ramalho Eanes durante a conferência do lançamento do 5G "stand alone"O gestor respondia a perguntas no seguimento das declarações ao Negócios do CEO da Nos, Miguel Almeida, sobre a "opacidade" do novo "player" que vai apresentar esta segunda-feira a sua oferta comercial para Portugal.

Questionado se acredita que em termos de inovação poderá vir a ser um dos principais concorrentes, o gestor responder que nos mercados onde a operadora romena marca presença  - Espanha, Roménia e Itália - "não temos visto [inovação]". E sublinha que neste momento  "quem nos desafia são os nossos clientes".

A Digi anunciou que a data de lançamento da operação em Portugal será esta segunda-feira, 4 de novembro, remetendo  mais detalhes sobre a oferta para a conferência de imprensa que irá realizar hoje à tarde depois de ter concluído a compra da Nowo. 

Além disso, a operadora controlada pelo empresário Zoltan Teszari, de quem não há muitas informações, prometeu  um investimento superior a 500 milhões de euros, nomeadamente para  construção de rede de fibra óptica. A par com Portugal, a Digi está a lançar-se na Bélgica.

A entrada da Digi em Portugal, três anos após ter adquirido licenças 5G, tinha de ser concretizada até ao final de novembro de acordo com as regras do leilão.

Aos poucos, a operadora romena conhecida pelos preços agressivos tem levantado o véu sobre os planos que tem em marcha para o mercado português, mas os detalhes da operação, como o preço, ainda não são conhecidos. O objetivo da Digi é lançar uma oferta completa ao mesmo tempo em Portugal: televisão paga, banda larga fixa e rede móvel. Serviços que não deverão ter fidelizações por dois anos, ao contrário da maioria das ofertas dos concorrentes.

A compra da Nowo, por 150 milhões, permite à empresa contornar as dificuldades no acesso aos conteúdos televisivos que estava a ter no mercado portugês. Como a Nowo já tem alguns contratos em vigor, resolve parte do problema a curto ou médio prazo.

A entrada da operadora low cost no mercado já prometia mexer com o setor de telecomunicações em Portugal, levando a uma queda dos preços que segundo a AdC pode chegar a 7% dependendo do tipo de oferta, como noticiou o Negócios. Mas a compra da Nowo vai reforçar, assim, o embate, principalmente na oferta de pacotes de televisão.


O contra-ataque


A chegada da Digi a Portugal tem gerado expectativas altas junto dos consumidores, bem como dos concorrentes. A estratégia de contra-ataque da Nos, Meo e Vodafone tem sido desenhada em segredo para não dar trunfos à concorrência. Mas uma das armas passará por reforçar as suas marcas "low cost", como a AdC tinha concluído na decisão relativa à Vodafone.


Esta estratégia "permite, não só, aos operadores concorrer mais agressivamente com a Digi na sua zona de implementação, como proteger o alinhamento relativamente às suas marcas principais, dificultando o crescimento da Digi no curto prazo", alertou o regulador.


Contactadas pelo Negócios, as três operadoras não avançam com muito mais detalhes mas admitem estar a estudar reforçar as ofertas "low cost" que ofertam serviços mais simples e acessíveis.


A Vodafone, que lançou a marca Amigo em 2023, admite que está a "testar novos serviços, preços e ofertas pelo que será de esperar novidades para breve".


A UZO, lançada em 2005 pela dona da Meo, refere que tem ampliado o seu portefólio. Tal como a WOO, lançada em 2020 pela Nos. Neste momento, esta operadora "low cost" tem uma quota inferior a 2%, mas com o reforço do investimento previsto para esta oferta o objecitvo da Nos passa por aumentar o peso já no próximo ano, informou a operadora durante a conferência telefónica com os analistas na passada quinta-feira. 

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