Em 2013, registou-se "um aumento significativo do número de assinantes de ofertas em pacote (mais 7,4%), embora menos acentuado que no ano anterior", quando o crescimento ultrapassou os 30%, como detalhou o regulador no relatório anual, liderada por Fátima Barros (na foto).

Os subscritores deste tipo de ofertas atingiram cerca de 2,6 milhões, contra os 2,4 milhões do ano anterior.

Os pacotes "triple/quadruple/quintuple play" (de três a cinco serviços), que combinam os serviços - serviço telefónico em local fixo (STF), serviço telefónico móvel (STM), banda larga fixa (BLF), banda larga móvel (BLM) e serviço de TV por subscrição (STVS ou TVS) -, representavam 76%.

O regulador detalhou que "o aumento da penetração dos pacotes resultou, também, num aumento da penetração da banda larga fixa (mais 1,6 pontos percentuais), do STVS (mais 1,5 pontos percentuais) e ainda do número de clientes residenciais do STF. Destaca-se igualmente o crescimento da penetração da BLM (mais 4 pontos percentuais), nomeadamente do acesso através de telemóvel".

No ano passado, a Anacom refere que "as receitas retalhistas dos principais serviços de comunicações eletrónicas diminuíram 6,4%, devido "sobretudo à quebra nas receitas dos serviços móveis (10,8%) que representam cerca de metade do total".

Já as receitas dos serviços oferecidos em pacote aumentaram 7,1%. As receitas dos pacotes triple/quadruple/quintuple play representam 81% das receitas em pacote.

Quanto a quotas de mercado, o Grupo PT detém a quota de assinantes mais elevada no STF

(56,4%), BLF (50,5%) e serviços móveis (47,1%).

O Grupo Zon Optimus (Nos) é o principal prestador de STVS (47,8%). No que diz respeito às ofertas em pacote, a PT Comunicações detinha o maior número de subscritores (44,1%), seguindo-se a Nos (40,8%), a Cabovisão (8,7%) e a Vodafone (6,3%).

Em termos de receitas, a Nos era o principal prestador de serviços em pacote (45,8 %), seguindose a PT Comunicações (42,2%) e a Cabovisão (7,4%).

A Vodafone foi o prestador que mais cresceu em 2013, tendo-se tornado no 3º maior

prestador em termos de acessos no STF e BLF. Esta evolução deve-se à introdução de

uma oferta triple play (ligada a uma oferta de serviços móveis) com o preço de 24,9

euros/mês, durante 24 meses, refere a Anacom.

Operadores alternativos crescem na oferta de Internet

O número de acessos à Internet em banda larga em local fixo, no final de 2013, foi de 2,56 milhões, o que representou um crescimento de 7,2%. "O aumento do número de acessos de banda larga é justificado essencialmente pela evolução das ofertas de acesso à Internet suportadas em FTTH/B (mais 26,5%), que representam já 17,9% do total. A penetração dos acessos de fibra óptica.

No ano passado, e em termos líquidos, foram os operadores alternativos de serviços de acesso à Internet que mais  clientes captaram, situação que não ocorria desde o primeiro trimestre de 2008.

Estão presentes nos mercados dos serviços de acesso à Internet em banda larga (fixa) quatro entidades com quotas significativas: o Grupo PT (50,5%), a Nos (36,2%), a Vodafone (6,5%),

que foi a entidade cuja quota mais cresceu em 2013 e o Grupo Altice (6,4%).

O número de utilizadores efetivos do Serviço de Acesso à Internet em banda larga móvel cresceu cerca de 12,2% durante o ano de 2013, embora o número de utilizadores através de placas/modem tivesse diminuído. O crescimento da banda larga móvel ocorreu assim devido ao aumento do número de utilizadores de smartphones.

Também aqui os pacotões tiveram efeito, uma vez que o total de receitas provenientes do SAI "stand-alone" e de pacotes multiple play que incluem este serviço totalizou 1,041 milhões de euros, mais 5,5% que no ano anterior, resultado do acréscimo das receitas de triple/quadruple/quintuple play (que correspondiam a 79,1% do total de receitas).

TV por subscrição continuou a crescer

O número de assinantes do serviço TVS (televisão por subscrição) atingiu 3,17 milhões no final de 2013, mais 49 mil do que no ano anterior.

"O crescimento do serviço deveu-se sobretudo às ofertas suportadas em FTTH/B (fibra até casa, mais 79 mil assinantes), e ADSL (mais 73 mil assinantes). O FTTH/B representava, no final do ano, 14,9 % do total de assinantes.

No ano de 2013, o total de receitas proveniente do serviço de TV por subscrição stand-alone e de pacotes de serviços que incluem este serviço totalizou 1.229 milhões de euros (mais 3,3 por cento do que em 2012).

No final de 2013 existiam pelo menos 74 ofertas comerciais de TV por subscrição, menos 38 do que no final de 2012, A redução ocorrida deveu-se ao facto de as ofertas das empresas do ex-Grupo ZON terem deixado de ser publicitadas/divulgadas de forma independente.

No mesmo período, cerca de 77,9% dos assinantes dispunham do serviço integrado em pacote.

Número de assinantes do móvel cai

O número de assinantes do serviço móvel diminuiu 1%, atingindo 16,7 milhões. O crescimento "verificado é inferior à média dos últimos cinco anos O número de utilizadores que efetivamente utilizaram o serviço – 13,2 milhões – é inferior ao verificado em 2012, encontrando-se dentro do intervalo de previsão resultante da tendência histórica e do efeito sazonal estimado".

A Anacom destacou o aumento "gradual e significativo do tráfego de voz, mensagens e, especialmente, Internet em roaming (com exceção do tráfego de voz de roaming in). Esta

evolução, em especial o significativo crescimento do tráfego de Internet, deve-se ainda à influência da entrada em vigor, no dia 1 de julho de 2012, do Regulamento III do roaming internacional".

No fixo, em 2013 a taxa de penetração do STF em Portugal atingiu 43,2 acessos por 100 habitantes, menos 0,3 pontos percentuais do que no ano anterior. (No entanto, o número de clientes de acesso direto aumentou 0,1 %).

Tráfego postal continua a registar quebra

Em 2013, o tráfego postal atingiu cerca de 927 milhões de objectos, menos 6% do

que em 2013). Desde 2009, o tráfego postal diminuiu 20,8%.

A Anacom esclarece que "a diminuição do tráfego é explicada, sobretudo pela diminuição do tráfego de correspondências não expresso. Face ao ano anterior e está relacionado com a crescente utilização das comunicações eletrónicas em substituição dos envios postais tradicionais".

O tráfego nacional representa 96% do tráfego total, atingindo 889,8 milhões de objetos em 2013. Já no que respeita ao tráfego internacional de saída verificou-se uma diminuição de 0,9%.  

No ano passado, as receitas totais provenientes dos serviços postais atingiram cerca de 800,4

milhões de euros. Cerca de 43,8% das receitas dizem respeito ao correio expresso.