Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

Aumento de custos pressiona operadores e põe em risco cumprimento das metas de cobertura

Uma das regras definidas no âmbito do leilão do 5G passou pelo cumprimento de obrigações de aumento da cobertura até 2025. O CEO da Vodafone critica os prazos fixos, especialmente numa altura em que os operadores são confrontados com aumentos de custos e constrangimentos na cadeias logísticas.

Congresso da APDC, que contou com a presença dos líderes das três principais operadores - Altice, Nos e Vodafone. 
12 de Maio de 2022 às 18:11
  • ...

O atual contexto de aumento de custos e de constrangimentos nas cadeias logísticas poderá pôr em risco o cumprimento das metas definidas no âmbito do leilão do 5G em Portugal. O alerta foi feito por Mário Vaz, CEO da Vodafone Portugal, durante o debate do Estado da Nação das Comunicações, no congresso da APDC, que contou com a presença dos líderes das três principais operadores - Altice, Nos e Vodafone. 


O líder da Vodafone em Portugal relembrou que os operadores em Portugal têm de lidar com a imposição de datas fixas para assegurar o cumprimento das regras. "Temos obrigações de cobertura que terminam em 2025", recordou Mário Vaz, mas "somos confrontados com outro tipo de custos". Nesse sentido, referiu-se ao aumento de custos numa altura em que a inflação disparou, além também dos "problemas logísticos". Nesse sentido, alertou que em Portugal os operadores "correm o risco de não conseguir cumprir aquela meta". 


No âmbito das regras do leilão 5G, foi estabelecida a obrigação de cobertura de 75% da população até 2023; dois anos depois, em 2025, a meta a atingir será de 90%. 


O leilão do 5G, concluído em outubro do ano passado em Portugal, esteve na berlinda neste debate. Ana Figueiredo, que assumiu há cerca de um mês o cargo de CEO da Altice Portugal, sucedendo a Alexandre Fonseca, defendeu que "todas as equipas vão fazer o possível para o cumprimento dos prazos." "Mas para cumprir isso vamos ter de acelerar o investimento a ser feito", avisou. 


Além disso, recordou que o leilão trouxe para Portugal mais concorrentes - a Nowo enquanto operador de redes móveis e também a DixaRobil, dos romenos da Digi. "Nenhum de nós aqui teme a concorrência mas colocar mais operadores no mercado cria um desequilíbrio fundamental e que vai penalizar ainda mais a nossa capacidade de investimento futuro." E, frisou, Portugal não "quer perder o comboio do 5G". 


Já Miguel Almeida, da Nos, refere que não é propriamente o atraso da implementação do 5G que lhe gera preocupações. "A mim preocupa-me menos o atraso. Preocupa-me mais é a questão estrutural do incentivo ao investimento. O Estado fez exatamente o oposto, criou condições para desincentivar ao investimento."


E, no tema da regulação, o líder da Nos apontou que "está estabelecido e é consensual que temos regulador incompetente, prepotente e alheio à realidade." E, alertou, quem enfrentará as consequências dessa atuação é a economia portuguesa. "Da minha perspetiva com prejuízo para a economia portuguesa. (...) Quem vai pagar a fatura de não termos condições para fazer transição digital em condições é o país. O 5G é um pilar fundamental para essa transição."

Ver comentários
Saber mais APDC operadores telecomunicações 5G leilão
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio