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Acionista maioritário encosta Cellnex à parede e quer novo CEO com "urgência"

Operadora de infraestruturas de telecomunicações revelou na terça-feira que Anne Bouverot será a nova presidente não executiva da empresa, substituindo Bertrand Kan, que irá manter-se como conselheiro. Principal acionista urge Kan a sair de vez.

DR
29 de Março de 2023 às 15:57
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A Cellnex anunciou na terça-feira que Anne Bouverot assumirá o cargo de presidente não executiva da Cellnex, substituindo Bertrand Kan. A decisão foi tomada após Chris Hohn, proprietário do fundo The Children Investment (TCI) e principal acionista da empresa espanhola, ter pedido a demissão deste.

A operadora de infraestruturas de telecomunicações referiu, contudo, que Kan irá manter-se como conselheiro independente. 

Na base da exigência de Hohn, referiu na altura, estava a "fraca gestão governativa", assim como a "má condução do processo e recrutamento de um novo CEO", uma vez que desde meados de janeiro que a operadora procura um substituto de Tobias Martínez, que anunciou a demissão em meados de janeiro.

A decisão de prosseguir com a mudança de liderança foi vista com bons olhos pelo TCI, mas parece não ter sido o suficiente. "Recebemos com agrado a decisão do conselho de administração da Cellnex de remover Bertrand Kan (...) mas apelamos a Kan que deixe imediatamente a administração", afirmou Jonathan Amouyal, parceiro do fundo TCI, em declarações à Bloomberg.

O fundo de investimento alega ser "extremamente invulgar que um antigo presidente de um conselho de administração permaneça como membro dessa mesma administração, após lhe ter sido pedido que deixasse o cargo".

A necessidade de "urgentemente" nomear um novo CEO foi também reforçada. 

Na primeira mensagem enquanto presidente não executiva da Cellnex, Anne Bouverot, que era conselheira independente da empresa desde maio de 2018, reforçou que encontrar um sucessor de Tobias Martínez é "prioridade".

A nova presidente do conselho de administração conta já com vários anos de experiência na indústria das telecomunicações, tendo feito parte da Orange durante 19 anos. Chegou também a ser diretora-geral da GSMA, associação mundial da indústria e que está por trás da organização do Mobile World Congress - maior feira de telecomunicações móveis do mundo.


A Cellnex anunciou que este e os próximos anos serão dedicados a maximizar o crescimento orgânico e consolidar o projeto industrial nos países onde opera. Em Portugal, o CEO, Nuno Carvalhosa, disse ao Negócios que os "p
róximos dois anos serão de pausa nas aquisições". Desde 2020, ano em que comprou a Omtel pelo valor de 800 milhões de euros, o investimento da empresa em aquisições de ativos móveis, e respetiva modernização dos mesmos, no país já ascende aos dois mil milhões de euros.


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