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Twitter, o grande vencedor do impasse grego

Tweeting, tweets, retweet… já ninguém é estranho aos termos, pelo menos aqueles que protagonizam ou acompanham de perto o impasse grego. Sem que o tenha pedido, o Twitter é de facto o campo onde ministros, primeiros-ministros e jornalistas dão corpo e dissecam, respectivamente, cada minuto da situação grega.

Bloomberg
01 de Julho de 2015 às 17:53
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A crise helénica é um tema complexo, mais ainda quando cada um dos seus protagonistas publica livremente a sua posição ou visão sobre os temas ou momentos mais relevantes. Dos tweets informativos, aos que pretendem direccionar a discussão ou sustentam pontos de vista (como a campanha pelo ‘sim’ ou pelo ‘não’ no referendo), o facto é que a rede social tem sido um instrumento fundamental na gestão desta crise financeira e política da Europa.

O The Guardian, esta quarta-feira, 1 de Junho, elogia a capacidade de Alexis Tsipras, o primeiro-ministro grego, e Yanis Varoufaquis, o ministro das Finanças helénico, rentabilizarem esta rede social, sustentando que a mestria, entre muitos outros aspectos, cimenta o "triunfo" do Twitter.

"Nunca antes um governo envolvido numa das maiores crises económicas globais foi tão bom a tweetar", escreve o jornal britânico, salientando que não há lugar melhor para acompanhar "a luta colossal do Syriza com os credores do que no 'feed' destas personagens fundamentais".

Todavia, neste acompanhamento ao minuto, que não permite uma avaliação global do problema, por vezes o tiro sai ao lado. A 28 de Junho, Varoufaquis escrevia na sua conta de Twitter que o "controlo de capitais dentro de uma união monetária é uma contradição de termos. O Governo grego opõe-se ao próprio conceito". No entanto, antes de o dia terminar, os bancos privados deixaram de ter dinheiro nas caixas multibanco e o Ministério das Finanças informava que os levantamentos estavam limitados a 60 euros/dia. Era assim imposto o controlo de capitais na Grécia.

Nesse dia, Tsipras usou porém a rede social para falar directamente aos gregos, assegurando que os depósitos, salários e pensões estavam garantidos, tal como fez esta quarta-feira, 1 de Julho, apelando ao ‘não’ no referendo, sustentando que esta resposta "é um passo decisivo para um acordo melhor".


Estes dois protagonistas estão longe de ser os únicos a transportar a discussão para o universo virtual.

Jeroen Dijsselbloem, presidente do Eurogrupo e Alexander Stubb, ministro das Finanças da Finlândia, procuraram ir dando conta de pormenores práticos em torno das negociações, como as horas das reuniões, por exemplo. Duncan Weldon, correspondente da BBC, sustentava esta ideia quando, a 30 de Junho, publicou que "o feed do twitter de Alex Stubb é agora o veículo pelo qual o Eurogrupo comunica".

Jean-Claude Juncker, presidente da Comissão Europeia, por seu turno, mais contido que os líderes gregos, não deixou contudo de marcar a sua posição sobre este tema com tweets (publicações directas) e retweets (re-publicações). A 28 de Junho comunicava que, "em nome da transparência", Bruxelas tinha divulgado um documento com as medidas propostas então à Grécia. No dia seguinte, fez um retweet de uma publicação da Comissão Europeia onde o próprio aparece a dizer, em grego, "Grécia é Europa, Europa é Grécia".

Existem também aqueles que vão fazendo gestão das expectativas. A 29 de Junho, Pierre Moscovici, comissário europeu para os Assuntos Económicos e Financeiros, publicava na rede social, garantindo que as portas da Comissão Europeia estavam abertas para negociar.

Francois Hollande, presidente francês, no mesmo dia, fazia saber no Twitter que a sua expectativa era a de que a Grécia retomasse as negociações e frisando que a França continuava disposta ao diálogo.


Há ainda que referir o conjunto de jornalistas e meios de comunicação social que, por sua vez, vão publicando as novidades sobre o tema, sempre que tal se justifica.

Estes exemplos remetem somente aos últimos quatro dias, sendo apenas uma pequena amostra do impacto e da visibilidade que a rede social ganhou neste cenário, algo reconhecido por Alexander Stubb que, a 29 de Junho, publicou que "mais uma vez o Twitter prova ser uma fonte importante de informação actualizada para todos aqueles que seguem os temas relacionados com a Grécia e o Euro".

 

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