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Web Summit com venda recorde de bilhetes após boicote de Israel. Paddy modera posição

O fundador da Web Summit pediu esta terça-feira desculpas pelo "timing" das críticas deixadas a Israel. Isto mesmo depois de ter revelado que foram vendidos mais bilhetes para o evento "do que em qualquer outra segunda-feira".

Pedro Nunes / Reuters
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"Nas últimas 24 horas, enquanto nove investidores cancelaram a sua presença, 35 novos investidores inscreveram-se. Dois meios de comunicação cancelaram, mas mais de 50 solicitaram passes de media. E vendemos mais ingressos do que em qualquer outra segunda-feira de 2023", revelou Paddy Cosgrave na rede social X (antigo Twitter).

Os números foram avançados no âmbito de uma resposta a um investidor que afirmou que não voltaria a participar na Web Summit por considerar que Cosgrave apoia "assassinatos, violações e a decapitação de bebés". Uma "absoluta mentira", refutou logo de seguida o fundador da Web Summit.

No mesmo tweet, o CEO da conferência, afirmou que "não se pode ser cancelado por querer a paz e aderir à lei internacional dos direitos humanos. Solidariedade com os civis inocentes de todos os lados. Não vou ceder".

No entanto, cerca de quatro horas depois emitiu um pedido de desculpas: "a todos os que ficaram magoados com as minhas palavras, peço as minhas mais sinceras desculpas". Através de uma publicação no blogue da Web Summit, Paddy Cosgrave reiterou a sua posição, mas lamentou pelo "timing" e a "forma como foi apresentada" a sua opinião.

"Para reiterar o que disse na semana passada: condeno sem reservas o mau, repugnante e monstruoso ataque do Hamas a 7 de outubro. Apelo à libertação de todos os reféns", começa o artigo que tem como título "Um pedido de desculpas de Paddy Cosgrave".

"Inequivocamente apoio o direito de Israel a existir e a defender-se. Inequivocamente apoio uma solução de dois Estados", afirma, acrescentando que "como tantas figuras a nível global, também acredito que, ao se defender, Israel deve aderir ao direito internacional e à Convenção de Genebra - isto é, não cometer crimes de guerra. Esta crença aplica-se a qualquer Estado em qualquer guerra".

"Nos meus comentários, tentei fazer exatamente o mesmo que o Secretário Blinken e tantos outros a nível mundial: instar Israel, na sua resposta às atrocidades do Hamas, a não ultrapassar os limites do direito internacional", resumiu.

"No entanto, compreendo que o que disse, no momento em que disse e a forma como foi apresentado magoou profundamente muitas pessoas. A todos os que ficaram magoados com as minhas palavras, peço as minhas mais sinceras desculpas. O que é necessário nesta altura é compaixão, e eu não a transmiti", termina o fundador e CEO da Web Summit.

Israel fora da Web Summit

Esta segunda-feira, o embaixador israelita em Portugal, Dor Shapira, indicou que o país "não participará na conferência Web Summit devido às declarações ultrajantes proferidas pelo diretor executivo da conferência", que disse que "crimes de guerra são crimes de guerra, mesmo quando cometidos por aliados".

O embaixador acusou Paddy Cosgrave de não ser capaz de "pôr de lado as suas opiniões políticas extremistas e de denunciar as atividades terroristas do Hamas" e incitou as empresas a cancelarem a presença no evento.


Ainda ao início de terça-feira, também na rede social X, Cosgrave tinha dito que foi "inundado" de "mensagens de apoio de Israel e de todo o mundo".

"Tentar boicotar uma reunião verdadeiramente global que sempre representou a paz e a prosperidade não é apenas ingénuo, é contraproducente. Assim como recorrer à divulgação de falsidades perigosas sobre o que eu disse ou defendo", escreveu.

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