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União Europeia ameaça multar Google
A autoridade de protecção de dados da União Europeia ameaçou pela primeira vez ameaçar a Google, caso a empresa de Silicon Valley não resolva os problemas de privacidade, num prazo de três meses.
O movimento coordenado pelos reguladores britânicos, alemães, franceses, italianos, espanhóis e holandeses poderá resultar no pagamento de uma multa de vários milhões de euros, por parte da Google, caso a empresa não consiga resolver o seu problema de protecção de dados, segundo noticia o “Financial Times”.
“O tempo está a esgotar-se para a Google levar a sério a protecção de dados”, afirmou a Comissária Europeia Viviane Reding, no Twitter.
A decisão de ameaçar a Google com sanções surge oito meses depois de uma investigação da União Europeia ter concluído que a empresa norte-americana não conseguiu revelar como é que a informação dos seus utilizadores estava a usar usada nas diversas plataformas.
Outra das preocupações prende-se com a forma como os governos e as empresas privadas estão a recolher e a explorar a informação pessoal de cada utilizador, a uma vasta escala.
As autoridades europeias podem impor limites para a multa, mas a nova lei de protecção de dados, que será adoptada ainda este ano, dará o poder de sancionar as empresas até 2% do seu volume de negócio. A Google teve 50 mil milhões de dólares, cerca de 37,35 mil milhões de euros, em receitas, no ano passado.
A Google tem sido criticada pelos reguladores por esconder as suas regras de privacidade sob o mesmo chapéu. Isto significa que mal um utilizador concorde com as regras para um serviço, essa concordância passa a aplicar-se a todos os serviços.
“A nossa política de privacidade respeita a lei europeia e permite-nos criar serviços mais simples e eficazes”, afirmou Al Verney, porta-voz da Google em Bruxelas. “Estamos comprometidos com as autoridades europeias que estão envolvidas neste processo e continuaremos a estar”.
O resultado desta "guerra" entre a União Europeia e a Google vai ser monitorizada de perto pelas empresas tecnológicas norte-americanas, como a Microsoft e o Facebook, que também lidam com muitos dados dos utilizadores.