As vendas da Siemens Portugal subiram 5,16% para os 1,58 mil milhões de euros em 2002 - das quais 54,5% foram exportadas - permitindo manter a liderança nos sectores eléctrico e electrónico. Os investimentos duplicaram para os 50 milhões de euros, revelou o presidente Carlos de Melo Ribeiro.

O grupo reforçou a presença no mercado português, registando um crescimento ao nível das suas áreas de negócio e no volume de exportações que, com um aumento de 13,1%, passaram a representar 54,5% da facturação total.

O volume total de encomendas recebidas pelas empresas do Grupo Siemens em Portugal, neste exercício, atingiu os 1,8 mil milhões de euros, o que corresponde a um aumento de 22,4% em relação ao ano passado.

«A transparência das contas é tida como fundamental», afirma Melo Ribeiro, que aproveita para parafrasear o presidente mundial da Siemens: «Fazemos o que dizemos... e dizemos o que fazemos».

Para estes resultados contribuíram, sobretudo, os contratos com a Electricidade de Portugal (EDP) [EDP] na Central Termoeléctrica do Ribatejo e com o Metro Sul do Tejo.

No projecto de energia, a Siemens será responsável por uma solução «chave-na-mão» de instalação do ciclo combinado de gás natural. Na área dos transportes, a empresa é responsável pela entrega de 24 veículos e também pelo fornecimento de energia, sinalização e sistemas de ajuda à exploração e informação de passageiros, telecomunicações e controlo da operação.

«Consolidámos a posição de liderança no sector eléctrico e electrónico nacional, apesar de termos estado sem Governo durante seis meses e das preocupações com o défice, que fizeram com que a Administração Pública congelasse vários grandes projectos de engenharia», explicou o presidente do Grupo Siemens em Portugal.

O responsável salienta ainda que «estes resultados só foram possíveis porque metemos em prática um rigoroso plano de redução de custos». No total, Melo Ribeiro diz que os custos foram diminuídos em cerca de 20%.

Questionado sobre o despedimento de trabalhadores, o empresário disse que «houve um reajustamento das necessidades, mas não podemos falar em despedimentos». O corte atingiu, sobretudo, custos de pessoal ao nível de despesas correntes, como por exemplo viagens e actos administrativos.

Siemens vende um milhão de telemóveis; sobe para segundo lugar no «ranking» nacional

No sector das telecomunicações, a Siemens atingiu o milhão de telemóveis vendidos, subindo para o segundo lugar no «ranking» nacional de vendas destes equipamentos, atrás da Nokia. Em 1997, estava em sexto lugar na mesma classificação.

«No ano de 2002, obtivemos um especial reconhecimento por parte dos consumidores», reconhece satisfeito o presidente do grupo, que aproveita para realçar que «somos o maior exportador de "software" do país».

A área de «medical solutions» é vista com grande potencial por parte do Grupo. No ano passado, a Siemens concluiu a informatização integral das urgências do Hospital de Santa Maria e já estabeleceu contactos com o Ministério da Saúde para fazer o mesmo em outros locais, através de Parcerias Público-Privadas (PPP).

A Siemens apresenta soluções globais, operando nas áreas de telecomunicações, cuidados de saúde, transportes e infra-estruturas rodoviárias, aeroportuárias e automação industrial.

Além disso, em 2002 forneceu ainda equipamentos para o Euro 2004, ao nível de soluções de automação e indústria, para os novos estádios de Aveiro, Porto, Guimarães, Bessa e Alvalade.

A empresa, cuja maioria -54%- da massa de colaboradores tem formação superior, procedeu a uma alteração estratégica passando a produzir mais «software» e menos «hardware».

Por Tânia Ferreira