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Sanções dos EUA não travam "big tech" chinesas. Investimentos em IA duplicam

Os EUA deixaram de exportar chips de última geração para a China, mas as grandes tecnológicas chinesas continuam a aumentar o investimento em inteligência artificial.

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Processadores, modelos de aprendizagem de linguagem, servidores, serviços de cloud. As gigantes tecnológicas chinesas não param de investir em infraestrutura para impulsionar a inteligência artificial (IA), mesmo com as sanções dos Estados Unidos, que pretendem travar o crescimento da indústria.

Este ano, algumas das "big tech" chinesas duplicaram o investimento. De acordo com dados do Financial Times, Alibaba, Tencent e Baidu passaram de um investimento combinado de 23 mil milhões de yuans, há um ano, para 50 mil milhões de yuans (7 mil milhões de dólares) - um aumento de 117%.  "Vamos continuar a investir em R&D [investigação e desenvoltimento, em português] e em despesas de capital com IA para garantir o crescimento do nosso negócio de 'clouds' operadas por IA. Fazemo-lo porque vemos que há muita procura, não satisfeita, por parte de muitos clientes (...) Esperamos um retorno do investimento muito elevado nos próximos trimestres", disse aos investidores este mês Eddie Wu, CEO do grupo Alibaba.

A ByteDance, dona do TikTok, também investiu 50 mil milhões de yuans e a Moonshot, uma startup de IA, injetou 800 milhões de dólares em fevereiro - cerca de metade usados para comprar os seus próprios serviços de "cloud".

Também o gigante de jogos e redes sociais Tencent aumentou o investimento em 176% nos primeiros seis meses do ano, para 23 mil milhões de yuans, a maior parte gastos em servidores CPU e GPU.

Para limitar o crescimento da IA na China, os Estados Unidos proibiram a exportação de chips de última geração da Nvidia para o país - estes semicondutores avançados são usados, por exemplo, para alimentar modelos de linguagem de sistemas como o ChatGPT, da OpenAI. A China ficou, assim, sem acesso a processadores como o H100 e os da nova série Blackwell, mas continua a poder comprar - e compra - chips de menor capacidade, dentro dos limites estabelecidos por Washington, como o H20.

Esta tem sido uma das estratégicas da China para responder às sanções norte-americanas - o armazenamento de grandes quantidades de semicondutores, mesmo que não de última geração -, que tem sido combinada com o aperfeiçoamento dos seus próprios sistemas. Recentemente, a China disponibilizou mais 48 mil milhões de dólares (que vieram somar-se aos 50 mil milhões anteriores) para fortalecer a capacidade doméstica de produção de chips.

Analistas ouvidos pelo FT apontam para a aquisição de centenas de milhares destes chips H20 por empresas como a ByteDance, que, ao mesmo tempo, está a investir fortemente em infraestruturas na China e na Malásia, e adquire também, em larga escala, espaço em "clouds" norte-americanas.

Apesar deste aumento acentuado do capital investido em IA, as grandes tecnológicas chinesas continuam muito atrás das congéneres americanas. Empresas como a Alphabet, Amazon, Meta e Microsoft gastaram, no primeiro semestre do ano, 106 mil milhões de dólares e mantêm-se comprometidas com mais investimento.

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