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Programa de inovação com visão para além da legislatura

Tem um horizonte de seis anos, mais do que a actual legislatura. O programa Interface, que será lançado esta quinta-feira, visa promover uma ligação mais forte entre conhecimento científico e inovação empresarial. E há dinheiro para isso.

Miguel Baltazar / Negócios
23 de Fevereiro de 2017 às 00:01
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Os designados centros de interface, que ligam instituições de conhecimento às empresas, vão ter dinheiro disponível para promoverem uma maior ligação entre estes dois pólos, por forma a dar à indústria conhecimento científico e inovação. Conseguir transferir mais conhecimento científico para o meio empresarial é uma reivindicação antiga da indústria nacional e um dos problemas detectados por quem avalia a economia nacional.

Ministérios da Economia, Ciência, Trabalho, Ambiente e Infraestruturas juntaram-se e criaram o programa Interface, que é lançado esta quinta-feira, e que vai ter um horizonte de seis anos, sendo reavaliado de três em três. É, nas palavras de Manuel Caldeira Cabral, ministro da Economia, "um programa ambicioso e plurianual, com uma perspectiva de médio e longo prazo". Aliás, o programa vai para lá da actual legislatura, olhando para os fundos do Portugal 2020, que apesar de terminar em 2020 terá ainda dotações disponíveis nos dois anos seguintes, já que os avisos para os concursos serão feitos a pensar no quadro comunitário em vigor.



Esta quinta-feira serão assinados protocolos com 28 centros de interface tecnológicos para esta ligação. Ainda que o programa seja para seis anos, haverá uma reavaliação ao fim do terceiro ano. E se hoje há 25 mil empresas "clientes" destes centros, o objectivo é que a abrangência dessas entidades alcance as 40 mil empresas beneficiárias dos serviços de inovação e qualificação desses centros. As fontes de financiamento deste programa são várias.

O programa terá acesso ao Fundo de Inovação, Tecnologia e Economia Circular (Fitec) que em 2017 terá um valor disponível de 44 milhões de euros, podendo chegar aos 200 milhões em seis anos, que será financiado pelo Fundo do Carbono, IAPMEI, Fundo Ambiente e Fundo para a Sustentabilidade Sistemática do Sector Energético. O Fitec, criado em 2016, vai permitir o financiamento plurianual dos centros interface e os apoios ao nível dos recursos humanos. O financiamento plurianual será feito através de contratos-programas com os centros de interface, com análises anuais para verificação do cumprimento dos objectivos estabelecidos. Os fundos chegarão de acordo com esse cumprimento. Os concursos para estes contratos-programas serão abertos no segundo trimestre de 2017.

Além deste fundo haverá dinheiro dos fundos europeus estruturais e de investimento (FEEI) e de outros instrumentos financeiros, através de lançamento de linhas de crédito. 

Os centros de interface além de financiamentos para desenvolverem inovação, podem recorrer a apoios para contratação de recursos humanos qualificados e apoios para a sua própria internacionalização e modernização de equipamento específico para actividades de inovação. Já no âmbito dos clusters, que receberão esta quinta-feira a sua certificação, haverá apoios para missões inversas (organização de visitas a Portugal de potenciais parceiros).

Se os centros de interface terão financiamentos disponíveis, também as empresas poderão ter apoios para recorrerem a esses centros, através do vale Inova Indústria, de até 15 mil euros, para contratação de serviço de apoio à inovação, certificação e melhoria de processos junto dos centros.

quatro eixos

Em que consiste o programa interface?

Financiamento

O programa Interface vai ter um instrumento de financiamento plurianual. No eixo financiamento, há ainda apoios disponíveis para os clusters. E o vale indústria para serviços de apoio à inovação, certificação e melhoria de processos que podem ser usados junto dos centros interface. Os financiamentos passam por clube de fornecedores, apoios à inovação e à internacionalização dos centros.

Recursos humanos

O programa Interface vai apoiar a contratação de quadros qualificados para os centros. Por um lado, prevê-se neste programa apoio à formação e inserção profissional de jovens, a serem formados nos centros interface, mas em colaboração com as empresas, que terão incentivos para os contratarem no final do processo. O objectivo é apoiar 3000 jovens. Mas também se pretende colocar 300 doutorados nos centros para reforçar a capacidade de inovação. Também haverá apoios para doutorandos em ambiente empresarial, com o objectivo de colocar 500. Outro objectivo é ainda incentivar docentes e investigadores a trabalharem em projectos com empresas e centros.

Energia, circular e digitalização

Há um eixo, designado novas áreas, para promover a eficiência energética, a implementação de projectos de eficiência produtiva e digitalização industrial, além da economia circular com impacto ambiental. 

Divulgação científica

No eixo designado redes pretende-se no âmbito deste programa promover encontros e acções de divulgação científica, pretendendo-se criar um site com uma base de dados de investigadores portugueses.



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