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Caldeira Cabral: “Interface pretende valorizar o melhor conhecimento que temos nas universidades”
O principal objectivo deste programa, segundo revelou o ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral, na apresentação do Programa Interface, é o de “valorizar os produtos portugueses”, o que exige “investir no conhecimento e na qualificação das empresas”.
O Programa Interface foi apresentado esta quinta-feira, 23 de Fevereiro, pelo Ministério da Economia. Este programa tem como missão reforçar a ligação entre as instituições nacionais de conhecimento e as empresas. Para este programa, durante os próximos seis anos, o Executivo liderado por António Costa estima ter uma dotação de 1.400 milhões de euros, entre fundos europeus e linhas de crédito.
Manuel Caldeira Cabral, ministro da Economia, defendeu que o Programa Interface "pretende valorizar o melhor conhecimento que temos nas universidades".
"Valorizar os produtos portugueses é o principal objectivo [do programa interface] e isso passa por investir no conhecimento", acrescentou ainda o governante durante a sua intervenção na apresentação do programa. Caldeira Cabral sustentou que a qualificação do tecido empresarial "só é possível com a integração do conhecimento".
O governante assinalou que "Portugal não começa do zero" na promoção da transferência do conhecimento para a indústria, uma vez que "há 30 anos que os centros de tecnologia fazem a diferença".
"Temos nas universidades docentes e investigadores e o que queremos é reforçar a sua ligação à indústria", acrescentou.
Este programa lançado esta quinta-feira quer reforçar o trabalho entre o ensino superior, Centros de Interface e as empresas. Essa estratégia tem três pontos. O primeiro passa pela certificação de clusters, que promovem a mobilização dos sectores com o objectivo da partilha de conhecimentos.
O segundo prende-se com um reforço da acção dos chamados Centros de Interface, alargando o seu contributo para melhoria dos processo, a qualidade dos produtos e a inovação das companhias.
Por último, esta estratégia assenta na promoção da colaboração na investigação aplicada entre instituições de ensino e as empresas.
Em que consiste o programa Interface?
Financiamento
O programa Interface vai ter um instrumento de financiamento plurianual. No eixo financiamento, há ainda apoios disponíveis para os clusters. E o vale indústria para serviços de apoio à inovação, certificação e melhoria de processos que podem ser usados junto dos centros interface. Os financiamentos passam por clube de fornecedores, apoios à inovação e à internacionalização dos centros.
Recursos humanos
O programa Interface vai apoiar a contratação de quadros qualificados para os centros. Por um lado, prevê-se neste programa apoio à formação e inserção profissional de jovens, a serem formados nos centros interface, mas em colaboração com as empresas, que terão incentivos para os contratarem no final do processo. O objectivo é apoiar 3000 jovens. Mas também se pretende colocar 300 doutorados nos centros para reforçar a capacidade de inovação. Também haverá apoios para doutorandos em ambiente empresarial, com o objectivo de colocar 500. Outro objectivo é ainda incentivar docentes e investigadores a trabalharem em projectos com empresas e centros.
Energia, circular e digitalização
Há um eixo, designado novas áreas, para promover a eficiência energética, a implementação de projectos de eficiência produtiva e digitalização industrial, além da economia circular com impacto ambiental.
Divulgação científica
No eixo designado redes pretende-se no âmbito deste programa promover encontros e acções de divulgação científica, pretendendo-se criar um site com uma base de dados de investigadores portugueses.
(Notícia actualizada pela última vez às 18:40)