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Netflix perde subscritores pela primeira vez em 10 anos. Ações afundam 23% no "after hours"

A plataforma de streaming viu chegar ao fim uma década de crescimentos sucessivos no número de assinantes. E espera uma queda ainda mais acentuada no segundo trimestre. As ações da Netflix perdem 23% na negociação "after hours".

Com a grande maioria das famílias em confinamento, o número de subscrições de plataformas de “streaming” disparou.
DR
19 de Abril de 2022 às 21:45
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A Netflix indicou esta terça-feira, após o fecho de Wall Street, que perdeu 200 mil subscritores no primeiro trimestre deste ano. Esta é a primeira vez que a plataforma de streaming vê o número de assinantes diminuir desde 2011. Mas as más notícias não ficaram por aqui: a empresa estima que no segundo trimestre irá perder mais dois milhões de subscritores, o que será o pior trimestre de sempre.

Resultado? As ações da empresa afundam 24% na negociação "after hours". De notar que os títulos da Netflix já acumulam uma perda de mais de 40% desde o início do ano.

A administração da empresa identifica quatro causas para a perda de assinantes, incluindo a prevalência da partilha de palavras-passe e a maior concorrência que enfrenta. Segundo a empresa, existem 100 milhões de lares que utilizam os seus serviços sem pagar. A empresa está a testar formas de convencer esses "borlistas" a assinarem as suas subscrições.

A Netflix conta agora com 221,6 milhões de subscritores.

Os números da Netflix contagiaram as outras empresas com serviços de streaming, nomeadamente a Disney, cujas ações recuam 5,2% no "after hours", enquanto a Warner Bros Discovery, dona da HBO Max, vê as suas ações perderem 2,8%.

"O grande impulso no streaming dado pela pandemia ofuscou o retrato da situação até recentemente", refere a Netflix.

A perda de assinantes ocorreu em três das regiões em que a empresa reparte os seus negócios, incluindo os EUA e Canadá, onde perdeu mais de 600 mil clientes. 

A invasão da Ucrânia também se fez sentir, uma vez que a empresa decidiu sair do mercado russo, onde contava com 700 mil clientes. Assim, na região da Europa, Médio Oriente e África (EMEA), o saldo foi negativo em 300 mil assinantes.

Em contraste, o mercado asiático brilhou ao ver o número de subscritores engordar em um milhão.

A empresa estimava ganhar 2,5 milhões de assinantes nos primeiros três meses deste ano, uma projeção em linha com o que os analistas antecipavam.

Em termos financeiros, a receita aumentou 9,8%, para 7,87 mil milhões de dólares, abaixo do previsto pelos analistas. Já os lucros por ação fixaram-se em 3,53 dólares, superando as estimativas do mercado, que apontavam para 2,91 dólares.

Para o segundo trimestre, a Netflix estima faturar 8,05 mil milhões de dólares, o que representaria um crescimento de 9,7%, e lucros de três dólares por ação. Os analistas previam receitas de 8,23 mil milhões e lucros por ação de 3,02 dólares.
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