A China tanto fabrica produtos tecnológicos como iPhones e iPads, como bens de luxo da Louis Vuitton. Mas no futuro a China poderá deixar de fabricar produtos contrafeitos para passar a produzir produtos originais.

A ideia partiu de Jack Ma, o líder da retalhista virtual Alibaba, que veio defender que as marcas chinesas têm de produzir os seus próprios produtos.

"Temos de fazer tudo para travar os produtos falsos, mas os fabricantes de equipamentos originais (ou OEM, em inglês) estão a fazer melhores produtos a melhores preços", começou por dizer Jack Ma num discurso na sede da empresa na cidade chinesa de Hangzhou.

"O problema é que os produtos falsos hoje em dia são de uma melhor qualidade e melhor preço que as marcas. São exactamente as mesmas fábricas, exactamente a mesma matéria-prima", disse o empresário citado pelo Financial Times.

As declarações de Jack Ma causaram polémica por a Alibaba ter sido acusada de vender produtos contrafeitos. O grupo de luxo francês Kering processou a Alibaba no ano passado, argumentando que encoraja e lucra com a venda de produtos contrafeitos.

E este ano, a empresa foi suspensa da Coligação Internacional Anti-Contrafacção (IACC na sigla original) devido a preocupações sobre a venda de produtos contrafeitos.

Polémica à parte, o empresário quis passar a mensagem as empresas chinesas já têm a tecnologia e o conhecimento necessário e precisam agora de começar a fabricar produtos de marca própria para vender directamente aos consumidores.

"A forma de fazer negócio mudou para as marcas. Não são os produtos falsos, não é a propriedade intelectual que os está a destruir. É o novo modelo de negócio que revolucionou o mundo inteiro", sublinhou o empresário.

Neste âmbito, a Alibaba lançou um programa em 2015 para ajudar as marcas chineses a desenvolver as suas próprias marcas de forma a desencorajá-las de vender produtos contrafeitos: a "Zhongguozhizao" ou "qualidade feita na China".