Notícia
Facebook acusado de dar prioridade a lucros e não ao combate da desinformação
Frances Haugen, que trabalhou na rede social como gestora de produto, acusa o Facebook de dar maior prioridade aos lucros e não ao combate à desinformação e ao discurso de ódio na plataforma.
04 de Outubro de 2021 às 11:31
A antiga gestora de produto do Facebook, responsável pela área dos trabalhos ligados ao combate à desinformação na plataforma, revela que a rede social deu prioridade aos lucros, deixando para segundo plano o tema da desinformação. As revelações foram feitas no programa "60 Minutos", na estação televisiva norte-americana CBS.
Haugen, que é agora descrita pela imprensa internacional como uma "whistleblower" por revelar este tipo de informações, revelou nesta ocasião a respetiva identidade. Até aqui, Haugen tinha fornecido documentos ao jornal Wall Street Journal, em anonimato.
Tem sido através destes documentos que a rede social de Zuckerberg tem estado debaixo de fogo, com documentos internos e emails a apontar que a empresa terá contribuído para o aumento da polarização online com as mudanças que fez ao algoritmo para conteúdo. Estes documentos também sugerem que a empresa não terá adotado as medidas adequadas para responder a tempo ao aumento da hesitação ligada às vacinas contra a covid-19. Já no Instagram, outro produto que é detido pelo Facebook, é apontado que a empresa teria consciência de que esta aplicação tem consequências para a saúde mental dos mais jovens.
"Havia conflitos de interesses entre aquilo que era bom para o público e aquilo que era bom para o Facebook", indicou Haugen na entrevista. "E o Facebook mais uma vez escolheu otimizar os seus próprios interesses, como fazer mais dinheiro".
A antiga gestora de produto da rede social, que também já trabalhou em empresas como a Google ou o Pinterest, indicou que o Facebook "mentiu ao público sobre os progressos que estava a fazer para combater o discurso de ódio e a desinformação na plataforma". "Já vi algumas redes sociais e a questão era substancialmente pior no Facebook do que qualquer outra coisa que tivesse visto", contextualizou a cientista de dados à estação televisiva CBS.
Num comunicado enviado à equipa do "60 Minutos", Lena Pietsch, porta-voz do Facebook, indicou que a empresa continua "a fazer melhorias significativas para atacar a propagação de desinformação e conteúdos perigosos". "Sugerir que encorajamos mau conteúdo e não fazemos nada não é verdade".
Durante esta entrevista ao "60 Minutos", Frances Haugen indica que vai testemunhar perante o sub-comité do Senado dos EUA esta terça-feira para abordar o tema da proteção das crianças online.
Haugen, que é agora descrita pela imprensa internacional como uma "whistleblower" por revelar este tipo de informações, revelou nesta ocasião a respetiva identidade. Até aqui, Haugen tinha fornecido documentos ao jornal Wall Street Journal, em anonimato.
"Havia conflitos de interesses entre aquilo que era bom para o público e aquilo que era bom para o Facebook", indicou Haugen na entrevista. "E o Facebook mais uma vez escolheu otimizar os seus próprios interesses, como fazer mais dinheiro".
A antiga gestora de produto da rede social, que também já trabalhou em empresas como a Google ou o Pinterest, indicou que o Facebook "mentiu ao público sobre os progressos que estava a fazer para combater o discurso de ódio e a desinformação na plataforma". "Já vi algumas redes sociais e a questão era substancialmente pior no Facebook do que qualquer outra coisa que tivesse visto", contextualizou a cientista de dados à estação televisiva CBS.
Num comunicado enviado à equipa do "60 Minutos", Lena Pietsch, porta-voz do Facebook, indicou que a empresa continua "a fazer melhorias significativas para atacar a propagação de desinformação e conteúdos perigosos". "Sugerir que encorajamos mau conteúdo e não fazemos nada não é verdade".
Durante esta entrevista ao "60 Minutos", Frances Haugen indica que vai testemunhar perante o sub-comité do Senado dos EUA esta terça-feira para abordar o tema da proteção das crianças online.